Sindicato pode ir à Justiça contra venda da Varig

A presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, afirmou que a entidade pode entrar na Justiça contra a venda da Varig para o grupo de empregados TGV, caso a proposta seja aceita com a utilização de créditos dos trabalhadores. A oferta da TGV é de R$ 1,010 bilhão (US$ 449 milhões), sendo R$ 285 milhões em dinheiro vivo e R$ 225 milhões que viriam de créditos que os trabalhadores têm a receber da empresa.

O juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pela recuperação judicial da companhia, homologou a proposta, mas pediu mais esclarecimentos, que têm de ser fornecidos até amanhã. "A Justiça não pode aceitar o uso indevido de créditos trabalhistas para comprar a empresa. Se isso ocorrer, nós vamos ao Ministério Público, não vamos aceitar", disse Balbino. "Queremos salvar a Varig, mas não a qualquer custo.

De acordo com ela, a empresa de leasing de aeronaves (lessor) ILFC há muito tempo quer retomar os aviões da Varig. "É o lessor mais agressivo. Eles têm interesse de repassar alguns Boeing para a Gol", declarou. A Varig tem de quitar hoje o pagamento de uma parcela ao ILFC, sob risco de perder aeronaves.

Segundo Selma Balbino, há investidores interessados na compra da Varig, mas são quase todos estrangeiros, que precisam de representantes brasileiros. Como a lei brasileira limita a participação de estrangeiros a 20% do capital social de uma companhia aérea, a situação se complica. De acordo com a sindicalista, corre sério risco de ser revertida a venda da empresa de logística da Varig, a VarigLog, para a Volo do Brasil companhia que tem como sócia o fundo americano Matlin Patterson. De acordo com Balbino, essa venda foi importante porque representou a entrada de dinheiro vivo na Varig, mantendo-a em operação.

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