Setor produtivo perde espaço no governo Lula

O setor produtivo está perdendo espaço dentro do governo Luiz Inácio Lula da Silva. A saída do economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida da secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda na semana passada foi a terceira grande baixa, em menos de um ano, de uma ala do governo de perfil ?desenvolvimentista?, fortemente associada à produção paulista, que questionava a política monetária do Banco Central e batalhava por desonerações tributárias.

Antes de Almeida, que foi economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, deixaram o governo os ex-ministros Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, e Roberto Rodrigues, da Agricultura, ambos ligados à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e vozes dissonantes da condução da política monetária. Furlan foi vice-presidente da Fiesp antes de entrar no governo, enquanto Rodrigues, no ano passado, saiu da Agricultura para presidir o Conselho Superior do Agronegócio da entidade.

Uma fonte do setor produtivo considera que há de fato um fortalecimento do pólo mais ortodoxo da administração, que tem o presidente do BC, Henrique Meirelles, como seu maior representante. Para esse analista, a substituição de Furlan por Miguel Jorge é simbólica. Apesar de executivo com passagem pela indústria automotiva paulista, Jorge estava há vários anos no Banco Santander, de onde saiu para ocupar o Desenvolvimento. ?A indicação de um executivo de banco mostra apoio ao Henrique Meirelles?, disse essa fonte.

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