Servidores da Anvisa recebem lista da indústria e decidem trégua amanhã

Em greve há cerca de dois meses, servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) devem receber amanhã (26) de representantes da indústria farmacêutica e de insumos um documento minucioso, detalhando quais produtos e em que quantidade precisam ser liberados para evitar o desabastecimento de remédios. Em reunião na segunda feira eles apresentaram lista de 600 itens indispensáveis, entre eles matérias-primas para o preparo de medicamentos, próteses e produtos usados em exames laboratoriais.

"Assim que forem definidas as licenças de importação consideradas prioritárias, vamos enviar pedido para que fiscais façam a vistoria e a liberação", afirmou Edelvino Albuquerque da Silva, do comando de greve da Anvisa. "Não temos interesse que falte medicamento ou produtos considerados indispensáveis. Por isso é que adotamos esta medida."

Trégua

Nesta quarta-feira o comando de greve deverá dar a resposta ao pedido de trégua de um mês feito pelo governo. Na segunda, o governo apresentou uma proposta para o movimento grevista e solicitou a interrupção temporária do movimento. Hoje lideranças regionais começaram a colocar em votação a proposta. Servidores da Bahia, Pernambuco e do Porto Rio Grande recusaram a retomada do trabalho. Somente nesta quarta será possível traçar um panorama nacional.

Albuquerque da Silva, no entanto, julga difícil uma trégua de um mês. "Pode até ser que o movimento concorde, mas num prazo que varia entre dois e quinze dias. No máximo", afirmou. Ele explica que grevistas julgam imprescindível aproveitar estes meses para uma negociação no Congresso. "Uma das propostas é enviar para o Congresso um projeto que prevê alterações na carreira. Temos de aproveitar agora. Porque no próximo semestre, com a eleições, dificilmente uma matéria como esta seria apreciada por parlamentares.".

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