Serra quer penas mais longas a menor de alta periculosidade

O candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB, José Serra, defendeu a manutenção da maioridade nos atuais dezoito anos, com a ressalva de aumentar a pena dos menores de alta periculosidade e deixá-los separados dos menores detidos por crimes leves. "É importante que os menores delinqüentes e assassinos fiquem separados e possam cumprir penas fixas e maiores", disse Serra em Pirassununga, cidade de 70 mil habitantes, a 200 quilômetros de São Paulo.

Segundo o candidato, o isolamento dos menores mais perigosos seria nas celas das Fundações Estaduais para o Bem-estar do Menor (Febens) e caberia à Justiça e ao Legislativo analisar a progressão das penas. "Com esta proposta, aquele Champinha não sairia", exemplificou Serra – que diz que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) "um bom estatuto, mas que precisa ser atualizado".

Durante entrevista de Serra na cidade, um grupo de estudantes da USP que acompanhou a visita em silêncio com narizes de palhaço foi agredido pela comitiva do candidato. "Não tomei conhecimento (do protesto)", disse Serra. "Mas estão um pouco fora de foco. Eu não sou governador, estou apenas em campanha aqui em Pirassununga.

Serra também fez campanha em Leme e Araras, cidades próximas a Pirassununga. Na primeira, disse que os integrantes do MST paulista "estão afim de arreliar (aborrecer)" ao prometerem acelerar as invasões no Estado para conter o crescimento da cultura da cana. "Eles são arrelientos", insistiu Serra, que propõe a construção de um álcoolduto ligando o interior ao porto de São Sebastião para impulsionar a produção e exportação de etanol.

Em Araras, prometeu acabar com as celas dentro das delegacias e criar uma Delegacia Participativa na cidade – parceria entre Estado, município, empresariado e população local. Mas não soube detalhar o projeto.

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