O candidato do PT ao governo do Estado, Aloísio Mercadante, voltou a criticar José Serra, candidato pelo PSDB, por ter atribuído aos migrantes a baixa qualidade do ensino público de São Paulo. Com dados do Ministério da Educação, Mercadante mostrou que, de 1997 a 2005, houve queda de cerca de 600 mil alunos no Ensino Fundamental em São Paulo. Considerando apenas escolas estaduais, o declínio foi ainda maior (1,6 milhão de alunos a menos).
"Achei totalmente inaceitável a declaração dele (Serra) sobre os migrantes. O que ele deu a entender é que os migrantes têm dificuldade de aprendizagem", afirmou. "Depois, ele tentou consertar, mas não houve fluxo migratório que justificasse essa afirmação. Ele está errado, desinformado, não estudou os problemas do Estado de São Paulo para ser governador, não sabe sequer analisar porque a qualidade de ensino caiu tanto nesses últimos 12 anos", acrescentou.
Durante almoço em Barueri, Grande São Paulo, Mercadante foi informado de que José Serra também cumpriria agenda de candidato na cidade. Questionado sobre a coincidência, Mercadante declarou: "Minha agenda é pública. A dele (Serra) não foi divulgada. De ontem para hoje, deve estar correndo atrás do prejuízo".
Sobre a representação que o PSDB ajuizou contra o PT, com a argumentação de que a propaganda eleitoral gratuita ao cargo de governador estaria sendo utilizada para promover o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, Mercadante afirmou que os tucanos estão muito preocupados com a campanha dele. "Eu não sei por que eles estão escondendo o Alckmin (Geraldo Alckmin, candidato a presidente pelo PSDB). O FHC, então, parece que está clandestino na campanha. O único jeito de ele aparecer é se eu der espaço para ele se defender, porque ninguém do PSDB defende o governo dele", cutucou.
Mercadante reafirmou que quer Lula em sua campanha. "Eu tenho orgulho do governo do qual participei por três anos e meio como líder no Senado e da história que construímos. Vamos continuar a aparecer juntos, respeitando toda e qualquer decisão da Justiça" disse.