Serra e Mercadante falam para jovens na TV

A um mês da eleição, o horário eleitoral gratuito da noite desta quarta-feira (30) trouxe José Serra (PSDB), candidato ao governo do Estado de São Paulo, confiante, com uma linguagem clara e simples dirigida ao público de 16 a 24 anos. E um Aloizio Mercadante (PT) que, embora com discurso firme, parecia vacilante na promessa de, no primeiro dia de governo, levar aos jovens do ensino fundamental, em 1.600 escolas, internet e o computador portátil (laptop) de R$ 220. Nem ele parecia acreditar no que dizia.

O candidato da coligação "Compromisso com São Paulo" não dirigiu nenhuma crítica aos adversários, certamente por levar em conta a vantagem apontada em pesquisa Estado/Ibope, domingo (27), de 46% contra 18% do segundo colocado, Mercadante, e eventual vitória no primeiro turno. Preferiu calçar o discurso em sua história que começou na escola pública e se estendeu por ela, no tempo da Politécnica em São Paulo e fora do País, no exílio, no Chile – onde se formou economista – e nos Estados Unidos onde lecionou. A biografia mostra as realizações em favor dos jovens nos setores de educação e cultura.

"Hoje quero falar com a moçada" é a fala de abertura do candidato, de olho no voto dos estudantes do ensino médio, ansiosos por chegar ao mercado de trabalho. Escolas técnicas profissionalizantes e Fatecs estiveram no centro das promessas, estendidas ao Interior. Tudo de acordo com o orçamento. O programa de Serra termina com um chavão jovem ("Serra tá bem na foto"), depois do testemunhal de adolescentes de 16 anos que dizem que darão a ele seus primeiros votos.

Vinte e oito pontos percentuais atrás, Mercadante – da coligação "Melhor pra São Paulo" – sai batendo para tentar reverter o quadro. Critica o governo tucano pelo investimento na construção de Febens, segundo o senador maior do que o investimento em escolas. E sai para a proposta do programa "Paixão pela Educação" que acena com "amplo programa de inclusão digital" com "internet e computador para os nossos jovens mais pobres".

"Um jovem na Febem custa 100 vezes mais para o governo", afirma Mercadante, recordando que Lula inscreveu o Brasil "para ter direito aos computadores". "Vamos fazer isso no primeiro dia de governo. Você que é pai sabe o que um computador pode fazer pelo seu filho…", promete o petista apoiado pelo senador Eduardo Suplicy, que aparece pedindo votos.

Entre os dois, Orestes Quércia do PMDB tenta mostrar que tem "mais" experiência que a concorrência e a guerra segue, sustentada pelos candidatos a deputado – seja dos nanicos ou não -, com perfil mais de cabos eleitorais do que parlamentares, feitas exceções, naturalmente, para confirmar a regra. E o PCO continua na saga de pedir votos contra a impugnação de seu candidato Ruy Pimenta Costa.

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