“Sensibilidade do cargo” não foi usada para constranger CPI, diz Palocci

Brasília ? O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, rebateu hoje (26) informações dadas pela imprensa de que teria ameaçado pedir demissão caso fosse convocado para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos. "Jamais usaria a sensibilidade do meu cargo para constranger a comissão", disse o ministro.

Palocci também foi acusado de tentar impedir o depoimento de Adhemar Palocci, seu irmão. Adhemar trabalha na Eletronorte e foi apontado em reportagem da TV Globo como responsável por arrecadar dinheiro com empresas do setor elétrico para campanhas eleitorais.

O depoimento do ministro da Fazenda na CPI dos Bingos começou a ser discutido há cerca de três meses. Entre os principais pontos de discussão entre os parlamentares da comissão estava a forma como o ministro iria à comissão para esclarecer suposto esquema de corrupção na prefeitura de Ribeirão Preto.

Um acordo entre senadores da oposição e do governo resultou na aprovação apenas da "presença" do ministro na comissão. Na prática, ele não iria como convocado, mas como convidado, podendo negociar a data do depoimento. O prazo inicial dado pelo presidente da CPI, senador Efraim Moares (PFL-PB) foi 10 de dezembro do ano passado.

Mas, em carta à comissão, Palocci disse que não teria como conciliar a agenda com a sessão. No documento, o ministro ainda lembrou que esteve à disposição dos parlamentares nos depoimentos em novembro na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado, e em outras duas comissões da Câmara (Comissão de Financias e Tributação e Comissão Especial do Fundeb).

Hoje, Palocci disse que sempre manteve aberto o diálogo com o presidente da comissão, Efraim Moraes (PFL). Durante o depoimento, ele voltou a negar a arrecadação de dinheiro ilícito para campanhas eleitorais, reafirmando declarações dadas ainda no dia 21 de agosto do ano passado.

Nesse dia, o ministro convocou uma entrevista coletiva sobre suposto esquema de propina na da prefeitura de Ribeirão Preto durante sua gestão (1993-1996 e 2001-2002). Na mesma semana, o Ministério Público de São Paulo havia divulgado o depoimento do advogado Rogério Buratti, que acusa Palocci de irregularidades.

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