Brasília (AE) – Por volta das 16 horas de hoje, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) foi à tribuna do Senado para negar, em discurso, que havia sido entregue a ela um dossiê com denúncias contra tucanos, desmentindo notícia publicada no blog do jornalista Ricardo Noblat. Ideli confessou, no entanto, que gostaria de ter recebido a documentação.
"Estou fazendo questão de desmentir ao vivo e a cores (a notícia). Gostaria, realmente, de ter recebido o dossiê. Não vou ver falsa a ponto de dizer que não gostaria de ter um dossiê do porte como está veiculado (…) Ainda não recebi nenhum dossiê que pegue os tucanos, da forma como está. Se alguém tiver, pode encaminhar, não vou ficar infeliz, por conta disso", disse Ideli.
De acordo com a notícia divulgada por Noblat às 15 horas Ideli e o líder do PT no Senado e presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, Delcídio Amaral (MS), estariam hoje à tarde em São Paulo para receber a documentação contra integrantes do PSDB. A senadora, que estava em Brasília, ironizou a notícia com argumento de que não poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo. "Então, para que não paire qualquer dúvida, eu estou com muita vontade de ser poderosa a ponto, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), de estar em dois lugares ao mesmo tempo: aqui (Brasília) e lá (São Paulo)", declarou Ideli.
Segundo a assessoria de Amaral, ele esteve em São Paulo, mas não recebeu nenhum dossiê na tarde de hoje. O senador passou boa parte da tarde nos estúdios da Rede Globo gravando a participação no programa "Altas Horas", do apresentador Sérgio Groissmann.
O discurso de Ideli foi feito antes de ser veiculada outra notícia no blog do Noblat acusando a senadora de ser "cínica" e de mentir sobre a entrega do dossiê. No blog, Noblat admitiu que errou ao veicular que a senadora estava em São Paulo mas informou que o dossiê foi entregue a ela e ao deputado Carlito Merss (PT-SC) pelo empresário Edson Brockvel, dono da Brockveld Equipamentos e Indústria, com sede em São Paulo. O encontro dos três foi no gabinete da senadora.
De acordo com o blog, a documentação contém informações sobre o superfaturamento numa licitação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), em 1999, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.