Seminário promove divulgação da Linguagem Brasileira de Sinais

A Secretaria de Estado da Educação, em parceria com a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos ? FENEIS, realizou o II Seminário Paranaense de Surdos, no último fim de semana, em Faxinal do Céu. O encontro teve o objetivo de divulgar e refletir os aspectos culturais da comunidade surda, conhecer os fundamentos legais e teóricos da educação bilíngüe, bem como os principais avanços científicos e tecnológicos que beneficiam a inclusão social e escolar de pessoas portadoras de deficiência auditiva. Também foram debatidas propostas de articulação político-pedagógica das comunidades surdas, em nível regional, através de oficinas, teatros e palestras.

Durante o evento, a língua oficial foi a LIBRAS ? Linguagem Brasileira de Sinais. Segundo a coordenadora Sueli de Fátima Fernandes, a Secretaria da Educação já progrediu muito quanto à educação de deficientes auditivos. Foram contratados 108 intérpretes para rede pública estadual de ensino, e existem 11 escolas especiais para surdos. Para os que ainda não têm acesso aos intérpretes nem às escolas, há os Centros de Atendimento que atendem os alunos surdos no contra turno ? horário contrário da aula.

Para Karen Strobel, Presidente da FENEIS no Paraná, o principal motivo desse seminário foi a divulgação da LIBRAS. ?Muitas pessoas não tem acesso a essa ?língua?, e ela é necessária para o nosso desenvolvimento?, disse. Karen é surda e realiza o curso de mestrado de educação na Universidade Federal de Santa Catarina. Segundo ela, a FENEIS regional tem trabalhado para formar instrutores regionais no Paraná, que serão multiplicadores da linguagem de sinais.

Já a FENEIS nacional está com o projeto de instituir a metodologia da LIBRAS em todo território brasileiro, pois deve ser considerada como qualquer outra língua. ?Estamos capacitando pessoas surdas e ouvintes para disseminar a nossa linguagem, dessa maneira facilitamos e tornamos possível a comunicação entre surdos e ouvintes? disse.

O problema da aceitação não é apenas da sociedade. A família, quando descobre a surdez em um de seus membros também têm dificuldade de lidar com isso. Elizabete Alves Pereira, mãe de André Alves Pereira, afirma que desde cedo já desconfiava da surdez do menino, porém nem sua família e nem os médicos acreditavam na intuição da mãe. ?Achavam que eu estava ficando louca, mas mesmo assim fui pesquisar e aprender como conviver com um deficiente auditivo. Atualmente ele não só convive normalmente com surdos e ouvintes, como também ensina LIBRAS à comunidade através do APADAL ? Associação dos Pais e Amigos dos Deficientes Auditivo de Londrina?, conta.

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