Seminário defende integração entre portos da América Latina

A programação do Seminário ?Integração Latino-Americana e Logística Portuária? envolveu, nesta quarta-feira (2) em Curitiba, debates sobre a segurança internacional, a logística portuária, a multimodalidade, os custos operacionais e a integração entre os portos da América Latina. O evento, segundo o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião, serviu também para ampliar os debates e promover uma discussão mais abrangente, principalmente, sobre a legislação portuária.

?Estes seminários serviram para que pudéssemos mostrar as dificuldades do setor e falar sobre uma lei que precisa de reparos?, afirmou o superintendente, referindo-se à lei 8.630, criada em 1993 e que, segundo o dirigente portuário, não define com clareza as atuações de cada integrante da comunidade portuária, engessa os processos de desenvolvimento e precisa de reparos. ?É preciso rever esta lei e adequá-la à realidade brasileira e não a um exemplo europeu, importado pela América latina, sem as devidas adaptações?, considerou.

A Lei 8.630, conforme explicou Eduardo Requião, teve sua base no modelo europeu e, em seguida, utilizada no Chile. De lá, foi trazida ao Brasil e hoje divide espaço nas discussões sobre a falta de rotas comerciais, a mecanização dos portos e o desemprego no setor.

O superintendente da Appa falou da importância do seminário ao debater as diferenças e necessidades de cada porto latino-americano. ?Ou discutimos nossas dificuldades ou não seremos capazes de crescer. Espero, a partir daqui, criar um porto do Mercosul, em Pontal do Paraná, que seja um porto alimentador da América Latina, pronto para atender as necessidades de todos?, afirmou.

O reitor da Unicenp, Oriovisto Guimarães, participou da cerimônia de abertura na noite de terça-feira (01) e ressaltou a importância do debate das questões portuárias. ?É primordial este confronto de idéias, porque é a partir disso que surge a luz. A universidade é o espaço por excelência da discussão?.

A conferência de abertura do seminário foi proferida pelo presidente do Corredor Atlântico Mercosul, Paulo Vivacqua. Ele falou sobre a integração da América do Sul e com o mundo através de melhores meios de transportes. Vivacqua ressaltou os altos custos de transporte brasileiro e sul-americano, que chega ser duas vezes mais caro do que o americano e o europeu. Ele defendeu maior exploração dos transportes marítimo e hidroviário em detrimento do terrestre para baixar custos e poupar a degradação do meio ambiente.

Durante a tarde de quarta-feira (2), o chefe do Departamento de Planejamento da Appa, Daniel Lúcio Oliveira de Souza, participou da mesa-redonda que tratou sobre custos operacionais e modernização dos sistemas de navegação. Souza explicou o modelo tarifário defendido pelo porto de Paranaguá. ?Para nós, a tarifa transcende esta questão de preço. Queremos manter a capacidade de investimento e com isso a autonomia e independência da autoridade portuária?, explicou.

Uma visita técnica a ser realizada nesta quinta-feira (03) no Porto de Paranaguá marca o fim do seminário. Os participantes terão a oportunidade de conhecer as instalações portuárias e ver de perto o sistema logístico adotado em Paranaguá e as vantagens da administração pública no maior porto graneleiro da América Latina.

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