Sem-terra são rechaçados e informam “sumiço” de dois líderes em PE

Mais de 180 trabalhadores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra foram recebidos à bala ontem durante uma tentativa de reocupação da fazenda Recreio, em Passira, no agreste pernambucano. Dois deles estariam desaparecidos. Não houve feridos.

A informação é de Marinaldo José Cavalcanti, integrante da coordenação estadual do movimento. Ele disse que os trabalhadores estão revoltados e vão mobilizar mais gente para enfrentar os "pistoleiros" e reocupar a área, caso nada seja feito.

"A imprensa pode vir aqui, agora, que vai ver mais de 50 homens encapuzados, fortemente armados, até com metralhadora de mão e fuzil", disse ele, por telefone, hoje à tarde. Segundo Marinaldo, os dirigentes da microrregional de Passira, Carlos e Edna (ele não sabe os sobrenomes) não voltaram ao acampamento anterior, fora da propriedade, onde os sem-terra se reuniram depois de serem rechaçados. Ele disse que os celulares dos dois não atendem.

De acordo com o líder, a fazenda Recreio, de 174 hectares, é improdutiva, nada produz e nem há criação de animais no local. Ele disse que há três anos o movimento pede a vistoria da terra, que até agora não foi feita pelo Incra. Há cerca de quatro meses os sem-terra ocuparam a área, mas foram despejados por força de reintegração de posse.

A superintendência regional do Incra aguarda uma comunicação oficial do MST SOBRE os desaparecidos.

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