Sem-terra invadem e interditam porto de Maceió

Cerca de 500 sem-terra ligados à Comissão Pastoral da Terra (CPT) ocuparam nesta terça de manhã o porto de Maceió, no bairro de Jaraguá. Eles chegaram ao local vindos em passeata da Praça Sinimbu, onde estão acampados desde segunda-feira. Segundo o coordenador da CPT em Alagoas, Carlos Lima, a ocupação foi pacífica e não encontrou resistência dos vigilantes do porto. A intenção da CPT é manter a ocupação até o início da tarde de hoje.

Os manifestantes protestam contra o crescimento do agronegócio no Estado e pressionam o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Alagoas (Incra) a dar mais agilidade nos processos de reforma agrária. "Somo contra a expansão do agronegócio e não podemos deixar que os processos de reforma agrária continuem paralisados", explicou Lima, acrescentando que são mais de 20 mil famílias vivendo lutando por terra em Alagoas.

Os trabalhadores estão concentrados na entrada do porto e impedem a passagem de veículos. Uma longa fila de caminhões e carretas já se forma no local. A maioria pertence a empresas que transportam açúcar, álcool e trigo.

A direção do porto ainda não se pronunciou sobre a ocupação. Esta é a segunda vez que sem-terra invadem e interditam a entrada do porto de Maceió. No ano passado, eles invadiram no início da manhã e só desocuparam à noite.

Hoje à tarde, o movimento tem nova reunião na superintendência do Incra em Alagoas. Na pauta, além da agilidade das desapropriação, as lideranças vão cobrar cestas básicas e punição para os assassinos de sem-terra.

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