Nurce em ação!

Presa funcionária da Copel suspeita de desviar mais de meio milhão de reais

Com um salário de aproximadamente R$ 4 mil, a vida de luxo que uma funcionária da Copel levava era superior à renda que mantinha. Em um mês, segundo a polícia, desviando aproximadamente R$ 500 mil da empresa, a mulher comprou um carro utilitário, quitou terreno, pagou construtora e fez várias compras em lojas. A funcionária, que trabalhava na estatal há 13 anos, foi presa nesta terça-feira (4) em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

As investigações começaram depois que a própria Copel percebeu que algo estava acontecendo. “A empresa recebeu um e-mail de uma plataforma de boletos bancários, informando que havia algo errado nos documentos. Começaram a apurar e descobriram a fraude”, explicou o delegado Gustavo Mendes Marques Brito, do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce).

Segundo a polícia, o modo de agir da funcionária do Departamento Administrativo era relativamente fácil. “Era uma pessoa com boa conduta e tinha a confiança dos líderes. Basicamente, ela se aproveitou da função que mantinha e passou a desviar dinheiro falsificando boletos como se fossem dívidas da Copel”.

Pouco a pouco, a mulher foi tomando coragem e seus golpes ficaram cada vez maiores. Em um dos casos, conforme informou o Nurce, a funcionária comprou um ix35, avaliado em R$ 128 mil. “Nós conseguimos comprovar que ela construía uma fatura ou boleto com código de barras e valor corretos. Neste exemplo, ela manteve o boleto da concessionária, com código de barras e o valor de R$ 128 mil, mas montou uma fatura de uma companhia de telefonia celular como se a dívida fosse da Copel com o serviço de telefonia”, explicou o delegado.

Foto: Divulgação/SESP.
Foto: Divulgação/SESP.

Segundo as investigações, de maio a junho, a funcionária desviou mais de meio milhão de reais. “Além do carro, ela quitou um terreno em Colombo, comprou materiais de construção, pagou antecipadamente a construção de uma casa pré-fabricada, comprou também diversos produtos de uma loja de departamento”, detalhou.

A mulher teria usado também um serviço de telemarketing para outras compras e também usou o dinheiro com produtos de beleza. “Ela fazia as compras todas por boleto e aí falsificava os documentos para que a Copel pagasse”.

No momento da prisão, ela não teria escondido dos policiais tudo o que comprou com o dinheiro desviado. A mulher foi encaminhada à delegacia e a prisão é temporária para que as investigações continuem. O que os investigadores querem descobrir agora é se ela agiu sozinha ou teve apoio de alguém.

Os bens que ela mantinha foram bloqueados pela Justiça. Além disso, o juiz ainda determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal, o sequestro do terreno e a busca e apreensão do veículo. A construção da casa também deve ser impedida judicialmente.