Insegurança

Com desativação de módulo policial, Passeio Público fica ainda mais violento

Guarda Municipal deve ocupar o módulo da Polícia Militar no Passeio Público, desativado desde março. Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Frequentadores e vizinhos do Passeio Público, no Centro de Curitiba, estão sentindo o impacto na segurança desde a transferência, em março, do módulo da Polícia Militar (PM) para a antiga seda da sinagoga, na Praça Santos Dumont, nas imediações da Rua Cruz Machado, também no Centro. Na ocasião, a PM informou que o módulo dentro Passeio Público continuaria ativo. No entanto, os frequentadores afirmam que as viaturas praticamente desapareceram do parque.

Sem a presença da polícia, um funcionário do Passeio Público que prefere não se identificar afirma que o número de usuários de drogas cresceu, assim como a quantidade de assaltos. “Não dá mais para andar com celular aqui porque os ladrões ficam de olho”, disse. Segundo ele, a situação piora à noite, quando usuários de drogas se unem no prédio do aquário. “Como o lago embaixo desse espaço está seco [o lago está sendo reformado, por isso está sem água], eles se escondem ali dentro e fazem de tudo. Sem contar que deixam a maior sujeira e ainda brigam com a gente”, reclama.

A atendente Jessica Martins Segui, de 19 anos, cruza o parque todas as manhãs para ir ao trabalho e afirma que desde que a PM deixou o módulo tem feito o trajeto com medo. “Quando os policiais estavam aqui eu me sentia mais segura. Agora, fico preocupada porque até minha avó de 63 anos foi assaltada esses dias”, lamenta. Assim como ela, o jornalista Rodrigo Browne, 54 anos, também está preocupado. “Eu caminho aqui todos os dias e percebi um aumento significativo no número de usuários de crack. É como se o parque estivesse abandonado, o que é uma pena”, lamenta.

Comerciantes que atuam na região do Passeio Público pedem o retorno da PM ao módulo do parque. “Quando eles estavam aqui, já víamos assaltos com frequência. Imagine como será a partir de agora”, questionou a ambulante Angela Regina, 51 anos, que vende agasalhos e camisetas em uma barraca na Rua Presidente Faria.

A preocupação é a mesma da gerente Emellly Travasso, 19 anos, responsável por uma frutaria na Rua Cruz Machado. “Além dos assaltos todos os dias na rua,muitos usuários de drogas têm dormido na frente da nossa empresa”. Segundo ela, esses indivíduos deixam muita sujeira na porta da loja e ainda são agressivos com os funcionários. “Não sabemos mais o que fazer”, lamenta.

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