Matheus Hoepers

Acusado de matar adolescente vai a júri nesta quarta-feira, quase 10 anos após o crime

Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná.

O júri popular de Denis Christian de Pinheiro Leite, acusado de assassinar o adolescente Matheus Hoepers, 17 anos, em outubro de 2010, deve ocorrer na tarde desta quarta-feira (10), com previsão de se estender até a manhã de quinta-feira (11). Esta é a terceira tentativa de realização do júri, que foi adiado por duas vezes. Em agosto de 2018, a mãe de Matheus Hoepers, a engenheira florestal Célia Maria Maia, 49 anos, passou mal e houve o adiamento. Em março deste ano, o júri seria nos dias 11 e 12, mas não ocorreu porque o advogado do réu, Paulo Roberto Marcondes Júnior, esteve doente.

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Na quarta-feira, o júri está marcado para começar às 13h30, no Tribunal do Júri de Curitiba. Na quinta, a continuação será pela manhã, a partir das 9h30. O motivo do assassinato de Matheus Hoepers, ocorrido em 1.º de outubro de 2010, no bairro Uberaba, em Curitiba, não foi oficialmente esclarecido até hoje.

Denis Christian, que vai a júri, é um dos acusados do crime. Os outros três suspeitos, apontados no inquérito policial da época, não tinham provas suficientes que os levassem a julgamento. A expectativa é de que o júri que se inicia na quarta seja longo, uma vez que foram reservados dois dias para que ele.

Aguardando por este júri há anos, Célia afirmou que acredita na condenação do acusado de tirar a vida de seu filho. “Eu tô confiante, a polícia fez uma boa investigação, há bastante elementos e vamos condenar este réu, nós sabemos que [ele] é um dos assassinos, sim”,  disse a mãe.

Batalha

O crime só não foi esquecido numa prateleira devido à insistência da mãe do adolescente. Em reportagem publicada em março pela Tribuna do Paraná, ela contou que cansou de ir à Delegacia de Homicídios (que três dias depois do assassinato, sequer tinha um mero registro da morte do rapaz) e perguntar como andavam as investigações. Como estava sempre tudo parado, ela mesma resolveu correr atrás de provas. Perguntou para um e para outro na redondeza do local do crime, sem conseguir nada. Então espalhou cartazes pela cidade com a foto do filho e pedindo que qualquer pessoa que soubesse de qualquer detalhe que entrasse em contato com ela.

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Logo surgiu a filmagem de uma câmera de segurança que gravou o assassinato de Matheus. Mas a qualidade era ruim e não foi possível constatar a placa do carro que abordou o rapaz, uma Ecosport preta.

No decorrer da investigação, quatro pessoas foram apontadas como suspeitas. Uma delas era Denis, que namorava uma mulher que foi casada com o pai de Matheus. Apesar disto, as provas no inquérito contra as outras três pessoas eram frágeis e, quando o Ministério Público denunciou os quatro suspeitos, o juiz só acatou denúncia contra Denis, contra quem haveria provas mais robustas. Um júri chegou a ser marcado para agosto do ano passado. Mas por Célia ter passado muito mal no dia, foi reagendado.

Investigação

Denis nunca chegou a ser preso, por isso, Célia disse na época da primeira reportagem à Tribuna, que espera que o júri sirva para que ele seja condenado, preso e reflita sobre o crime. “Que país é esse onde uma pessoa mata a outra e continua à solta, levando uma vida igual a todo mundo? Que vida mansa pra um assassino, não é? Eu ainda espero que o Denis possa descrever tudo o que aconteceu, quem deu o tiro, quem dirigia a Ecosport, porque fizeram isso”, diz Célia, indignada.

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O crime

No dia do crime, uma sexta-feira, Matheus seguia para a aula de música com seu baixo. Ele andava pela calçada da Rua Dona Saza Lattes, no Uberaba, quando uma Ecosport passou por ele. Um dos integrantes desceu e tentou empurrá-lo para dentro do carro. Como não conseguiu, o carro deu a volta no fim da quadra, voltou até Matheus e um dos integrantes atirou no adolescente. Matheus chegou a ser socorrido com vida pelo Siate. Mas morreu no dia seguinte, internado no hospital.

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