Segundo Marina Silva, usinas na Bolívia podem afetar Rio Madeira

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse nesta quarta-feira (14) que os projetos de usinas binacionais que o governo brasileiro está discutindo com os bolivianos na bacia do Rio Madeira podem mudar as condições da avaliação ambiental que está sendo feita hoje a respeito das duas hidrelétricas previstas para Rondônia (Santo Antônio e Jirau).

"O que está se discutindo hoje no Ministério é Santo Antônio e Jirau. Mas é claro que outros empreendimentos mudam a natureza do que está sendo avaliado. É outro impacto, que precisa ser avaliado no mérito.

Anteontem, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que o Brasil discutiria nesta quarta-feira com a Bolívia parcerias para construir hidrelétricas em território boliviano. Os dois projetos em estudo são de Cachoela Esperanza, no Rio Beni (um dos formadores do Madeira), com capacidade de cerca de 800 MW; e outra usina, ainda sem nome, a ser instalada num afluente do Madeira na divisa entre os dois países, no município de Guajará-Mirim, com capacidade de 3 mil MW.

"Se você tem dois empreendimentos (Santo Antônio e Jirau) e também vai construir do lado boliviano, é completamente diferente o processo", disse Marina. Em seguida, ela ressaltou que não conhece os planos das usinas binacionais e lembrou que a Bolívia tem uma legislação ambiental diferente da brasileira. "Mas os impactos não se limitam às fronteiras. E tudo isso terá de ser considerado.

Angra 3

A ministra também reiterou que o Ministério do Meio Ambiente é contrário à construção da usina nuclear de Angra 3, no Estado do Rio de Janeiro. "Continuamos inteiramente contrários", disse após almoço no Itamaraty com a comitiva do presidente boliviano Evo Morales

"Não tem que sair decisão sobre Angra 3. Isso ainda está em discussão no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e não há consenso dentro do governo.

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