Segundo Fitch, nova melhora na nota depende de redução da dívida

A agência de classificação de risco Fitch afirma que a nota do Brasil continua limitada pelo pesado encargo da dívida do governo e o substancial risco de mercado por causa do vencimento relativamente curto dos títulos da dívida. O encargo da dívida do Brasil continua pesado comparado com o de outros países com nota BB e BBB, diz a agência. A nota do Brasil foi elevada hoje pela Fitch de BBB- para BB+. Além disso, o governo fez pouco progresso para alongar o vencimento da dívida doméstica, o que significa que suas necessidades de financiamento (vencimento da dívida mais déficit orçamentário) continuam acima de 20% do PIB, um dos mais elevados entre países com a mesma nota do Brasil, diz a Fitch.

"Uma melhora na qualidade de crédito do Brasil exigirá maior confiança em que a dívida pública está em declínio sustentado no médio prazo", diz a agência. Com a taxa de juro ainda em elevados dois dígitos e o crescimento médio do PIB ficando em apenas 3% nos últimos cinco anos, as dinâmicas da dívida pública continuam vulneráveis a choques adversos", afirma no comunicado Shelly Shetty, diretor sênior do grupo soberano da Fitch.

Os impedimentos que mantêm uma taxa baixa de investimentos (estimados em 17% em PIB) precisam ser removidos para ampliar a produtividade e o crescimento potencial, recomenda a agência. Os encargos tributários elevados, as altas taxas de juros, as limitações da infra-estrutura e um nível de investimento público explicam o baixo crescimento do Brasil, diz a agência.

Revisão do PIB

No comunicado em que elevou a nota do Brasil, a Fitch afirmou que a recente revisão em alta do PIB brasileiro contribuiu para diminuir a dívida do governo para 67% do PIB em 2006, de 75% informado anteriormente. "A carga mais baixa da dívida pública, combinada com o crescimento potencialmente maior, tem ajudado modestamente a dinâmica da dívida brasileira, e a Fitch espera que a dívida do governo brasileiro caia para 64,5% do PIB em 2010, abaixo dos 67% em 2006", diz o texto.

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