Secretário do Tesouro diz que nada vai mudar no controle das contas públicas

Brasília – Em sua primeira entrevista coletiva, o novo secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, deixou claro que nada mudará no controle das contas públicas enquanto for titular da secretaria. Kawall afirmou que, ao substituir o secretário adjunto José Antônio Gragnani por alguém que já fazia parte da equipe do governo ? o coordenador da Dívida Pública, Paulo Valle ? queria dar um sinal expressivo da continuidade.

"A mensagem que eu quero deixar, é a mensagem da continuidade. Nós não vamos fazer nada de fundamentalmente diferente daquilo que estava sendo feito", disse ele.

Kawall comentou que, desde que a gestão da dívida externa passou para o Tesouro Nacional , há 15 meses, os progressos na administração da dívida "saltam aos olhos". Ele citou o programa de recompra de títulos no mercado externo: "Vamos ter em abril um evento histórico, que é a recompra do título Brady". Os títulos Bradies foram criados em 1994, quando o Brasil renegociou a sua dívida com credores internacionais.

Para Kawall, essas medidas adotadas pelo Tesouro resultaram na redução da vulnerabilidade externa brasileira, com efeitos diretos sobre o risco-país e "com a possibilidade de ver no futuro próximo o Brasil ir para o nível investimento". O secretário lembrou também a emissão em reais, feita no ano passado, o que abre espaço para investimentos de longo prazo no país, inclusive em infra-estrutura.

Sobre a dívida interna, Kawall disse que vai manter a estratégia de alongamento dos prazos e mudanças na composição da dívida, reduzindo a emissão de títulos pós-fixados e aumentando a dos prefixados indexados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Aparentando tranqüilidade e bom humor, brincou, ao anunciar a saída do secretário adjunto José Antônio Gragnani: "Parabenizo o José Antônio e seu time pelo trabalho espetacular que eles têm feito. Não deixaram nada de muito importante para eu fazer aqui".

Em outro momento, respondendo a uma jornalista se saberia dizer "não", diante da pressão de políticos por verbas em época eleitoral, Kawall franziu o cenho e disse: "Não vou responder a essa pergunta". Depois, completou sorrindo: "Isso era só para dizer que eu sei dizer não".

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