Secretário diz que recursos para o transportes precisam ser melhor aplicados

Rio de Janeiro – O secretário de Política Nacional de Transportes, José Augusto Valente, defendeu hoje (24) a necessidade de se aumentar a eficiência na aplicação dos recursos destinados ao setor.

?Mais importante que aumentar os investimentos na área de transportes é aplicá-los melhor. Além de usar R$ 6 bilhões por ano do orçamento da União, queremos que os recursos dêem um resultado melhor para a sociedade em termos de redução de custo de transportes, redução de acidentes, de tempo de deslocamento?, disse.

O secretário participou hoje de um encontro regional para discutir propostas dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo para o Plano Nacional de Logística de Transportes, que está sendo elaborado pelo Ministério dos Transportes para nortear as políticas de investimento do governo na área nos próximos vinte anos.

Em entrevista à Agência Brasil, Valente disse que as discussões regionais têm confirmado a principal diretriz do governo, de readequar a matriz brasileira de transporte (conjunto dos tipos de transporte utilizados no país) baseada na modalidade rodoviária. Nesse sentido, ele disse ser preciso a participação maior de outros meios, como o ferroviário, no transporte de cargas. ?Ainda tem muita carga, como a do agronegócio, que é uma carga típica de ferrovia, sendo transportada por caminhões?.

Para Valente, essa situação mascara as necessidades de investimento no setor. Ele citou como exemplo a região oeste do Paraná, onde há um grande fluxo de caminhões com destino ao Porto de Paranaguá. ?Dá a impressão que precisa duplicar a rodovia, quando, na verdade, o que se tem que fazer é tirar os caminhões?, observou. ?Se toda essa carga for retirada e transportada pela ferrovia ela vai chegar mais barata?.

A reunião realizada hoje é a quarta de uma série que o ministério está promovendo em vários estados do Brasil para ouvir as demandas, sugestões e propostas de cada região para plano nacional. Participam do encontro representantes dos governos dos estados, de entidades ligadas à indústria, agricultura, além de transportadores, embarcadores e trabalhadores da área.

O plano, que começou a ser desenvolvido em janeiro, tem por objetivo formar uma base de dados e criar instrumentos permanentes de análise para dar suporte ao planejamento de intervenções públicas e privadas na infra-estrutura e na organização dos transportes.

Visão estratégica, planejamento a longo prazo e base científica são outros atributos que, segundo o secretário, farão parte do plano.  ?A idéia é criar um plano de Estado que seja imune às mudanças de governo?. Segundo ele, o plano vai possibilitar que decisões sobre obras, por exemplo, não sejam tomadas com base em critérios políticos. "Não quer dizer que as influências políticas vão deixar de existir, mas elas terão que estar condicionadas a uma visão de sociedade".

A coordenação do plano está a cargo do Centro de Excelência em Engenharia de Transportes (Centran), criado em parceria com o Ministério da Defesa. Fazem parte do órgão profissionais do Instituto Militar de Engenharia (IME), do Instituto de Pesquisas Rodoviárias (IPR) e do Instituto de Pesquisas Hidroviárias, além especialistas na área de transportes de várias entidades do país que atuam como consultores.

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