Secretaria da Justiça começa a formar grupo contra o crime

O secretário da Justiça e da Cidadania, Aldo Parzianello, estuda junto com outros órgãos ligados à área de Segurança Pública a criação da Coordenadoria Estadual de Serviço de Informação. “O objetivo é integrar ações contra atos ilícitos para que os resultados não sejam pulverizados e haja uma maior concentração de forças”, declarou Parzianello.

Além das polícias Civil, Militar e Federal e Secretaria de Estado da Segurança Pública, pretende-se angariar apoio do Ministério Público, entidades civis e da população, a exemplo do que vem acontecendo como o serviço 161 Narcodenúncia. “As pessoas confiam no poder público, só precisamos estabelecer um canal de comunicação”, comentou Roberto Bacellar, presidente da Associação dos Magistrados do Paraná.

O serviço 161 abrange todo o Estado e já conseguiu retirar 17 toneladas de droga de circulação em apenas seis meses de funcionamento. Por meio do telefone 161, qualquer pessoa pode denunciar o tráfico de drogas, sem precisar se identificar.

União

Em dezembro, foram criados dois grupos que tratarão de formalizar a criação da coordenadoria, bem como estabelecer a comunicação com a sociedade organizada. Está previsto para o primeiro semestre de 2004 o funcionamento da coordenadoria, que irá reunir as informações dos diversos órgãos de segurança pública. “O geoprocessamento é um dos caminhos que iremos trilhar”, disse Bacellar, que faz parte de um dos grupos de estudo, sobre o Mapa do Crime Geoprocessamento, da Secretaria da Segurança Pública em parceria com a do Planejamento. Esse instrumento prevê o mapeamento de crimes, com locais, horários e dias nos quais ele ocorrem, para direcionar o trabalho policial.

A intenção da nova coordenadoria é chamar a população a participar de ações desenvolvidas para sua segurança. “O taxista, o oficial de justiça e o caminhoneiro, por exemplo, podem dar informações de atos ilícitos, como tráfico de drogas e prostituição infantil, pois têm um contato direto e freqüente com a comunidade”, comentou Parzianello. De acordo com o secretário, contando com a percepção desses profissionais, a polícia pode agir diretamente em pontos que fomentam a criminalidade.

Guerra

A coordenadoria, dessa forma, reuniria além de dados vindos da sociedade, outros já levantados pelos órgãos de segurança pública e poder judiciário. “Temos apenas de compatibilizar essas informações e formar um banco de dados em um sistema único”, disse Parzianello, sobre a diferença de sistemas de registros de cada órgão. A opinião é compartilhada por Bacellar, para quem o Estado tem de se organizar para combater o crime. “Muitas vezes os bandidos conseguem estabelecer uma rede de informações e acabam mais organizados que o poder constituído para proteger a sociedade”, comentou.

Voltar ao topo