Se desqualificarem relatório final, CPI pode ser prorrogada, diz senador

Brasília – O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, senador Efraim Moraes (PFL-PB), disse hoje (29) que, se a base do governo tentar desqualificar o relatório final do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), pedirá a prorrogação dos trabalhos por mais 120 dias o que levaria o seu encerramento para outubro. "Se eu sentir que vão partir para a desqualificação do trabalho do relator vou pedir a prorrogação até o fim da legislatura".

O senador disse que já conversou com as lideranças do PFL e do PSDB sobre o assunto, e que ainda nesta semana vai começar a colher as 27 assinaturas necessárias para a prorrogação dos trabalhos da CPI. Ele acrescentou que, apesar de a apresentação de destaques ao relatório final ser um procedimento normal, não vai aceitar que se tente mudar todo o teor do documento com a eventual apresentação de um substitutivo.

A idéia de Garibaldi era mostrar o relatório final na próxima quinta-feira (1), mas Efraim considera prematuro a apresentação já nesta semana, embora ressalte que a decisão cabe exlcusivamente ao relator. Para Efraim, o documento deveria ser apresentado no dia 15 de junho e, até lá, discutido com as lideranças partidárias para viabilizar a votação.

A líder do PT no Senado, Ideli Salvati (SC), disse que a base do governo não aceitará a inclusão de assuntos que não digam respeito ao foco da CPI, que são os bingos. "Tudo aquilo que eles tentarem ligar de forma falsa e forçada a bingos vai ter da nossa parte posicionamento forte e contrário".

Efraim lembrou que existe um requerimento aprovado pela comissão para a convocação do ex-ministro da Casa Civil da Presidência da República, José Dirceu. Segundo o senador, Dirceu pode ser chamado a depor a qualquer momento, uma vez que cabe ao presidente da CPI marcar a data. "No momento não interessa chamar José Dirceu. Talvez, mais adiante, isso seja bem mais interessante".

Amanhã (30), está previsto o depoimento de Elza Buratti, ex-mulher de Rogério Buratti, que trabalhou com ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci Filho quando este foi prefeito de Ribeirão Preto (SP). Ela é sócia de uma empresa de consultoria que seria contratada pela empresa GTech para articular a renovação do contrato com a Caixa Econômica Federal.

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