Um levantamento do ministério da Saúde mostra que a média de aleitamento materno da população brasileira é de 29 dias. A amamentação é capaz de reduzir em até um quinto os índices de mortalidade infantil nos países em desenvolvimento, e para a coordenadora do Programa de Aleitamento Materno do ministério, Sônia Salviano, no caso dos bebês prematuros a ingestão de leite materno pode diminuir o tempo da criança no hospital.
"Essas crianças, quando são alimentadas com leite humano, têm a chance de reduzir o período de internação em até 20%", disse. Segundo ela, no ano passado a coleta de leite humano no país bateu recorde: foram recolhidos 160 mil litros de leite humano, doados por aproximadamente 100 mil mulheres e distribuídos a mais de 110 mil bebês.
A Rede Nacional de Bancos de Leite Humano conta atualmente com cerca de 220 unidades em todo o país, entre bancos próprios e postos de coleta vinculados. O coordenador da Rede, João Aprígio Almeida, disse que o ministério está trabalhando para criar até o fim do ano a Central Nacional de Doação de Leite Materno. A idéia é estender a todo o país o atendimento gratuito, que já é feito no Rio de Janeiro pelo telefone 0800-268-877. "Precisamos ampliar a quantidade coletada", disse.
O coordenador informou que o Programa de Aleitamento e Doação de Leite adotado no Brasil está sendo estendido a outros países da América Latina. Com a orientação de profissionais brasileiros já foram instalados cinco bancos de leite na Venezuela, três no Uruguai, um no Equador e, no mês passado, na Argentina. "Temos um orgulho muito grande desse trabalho que é todo construído com tecnologia brasileira", afirmou.