Saúde distribui a senadores cartilha para convencê-los a aprovar tratado contra o fumo

Além da entrega do documento com as assinaturas pedindo a aprovação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco ao presidente do Senado, Renan Calheiros, o Ministério da Saúde iniciou a distribuição de cartilhas aos senadores para esclarecer que a ratificação do tratado não trará prejuízos econômicos aos plantadores de fumo, como alega a indústria tabagista. O Brasil é o maior exportador e o segundo maior produtor de tabaco no mundo. A região Sul concentra 90% da produção no país.

"Vamos fazer esse trabalho de esclarecimento, mostrar que não há qualquer risco de erradicação da cultura e nem há interesse nem da OMS nem do governo brasileiro prejudicar os pequenos produtores, ao contrário, temos que garantir as condições para que mais à frente, quando plantar fumo não seja mais um bom negócio, as pessoas possam ter alternativas", explicou o ministro da Saúde, Humberto Costa.

Após encontro com o ministro, Calheiros disse que se reunirá com as lideranças partidárias para definir um calendário para a votação do tratado. "Vou conversar com os líderes e fazer o que for necessário para que nós tenhamos uma rápida tramitação para a homologação da convenção-quadro. Me coloco à disposição para pessoalmente contornar uma eventual dificuldade que porventura haja com relação à tramitação", prometeu Calheiros.

Ele destacou a importância da mobilização popular contra o tabaco e disse que a parceria da sociedade pode ajudar a aprovar a convenção, como ocorreu com o Estatuto do Desarmamento.

Calheiros reconheceu a existência de um lobby da indústria tabagista no Senado contrária a aprovação da Convenção-Quadro. "É natural que ele exista. O Parlamento é, antes de mais nada, o reflexo disso, acabam conflitando interesses e as pessoas tentam influenciar, é natural. Da mesma forma que nós vamos tentar influenciar em sentido contrário", disse.

O ministro da Saúde afirmou que está otimista e que não vê razão para que os senadores rejeitem o tratado. "Tenho absoluta convicção de que a grande maioria dos senadores é favorável a implementação da Convenção". Segundo Costa, a lei brasileira relacionada ao tabagismo é mais avançada que a própria Convenção-Quadro. "O que está entravando a votação é exatamente a postura do lobby da morte, que é o lobby das indústrias do cigarro", reforçou.

Voltar ao topo