Santa Catarina quer abreviar permanência de Beira-Mar

Florianópolis (AE) – O governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), considera um desrespeito a transferência do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, para a carceragem da Polícia Federal em Florianópolis, na sexta-feira passada. O traficante estava preso em Brasília.

Luiz Henrique anunciou que haverá várias manifestações de repúdio nesta semana, além de protesto formal ao Palácio do Planalto e Ministério da Justiça. Hoje pela manhã a OAB-SC reuniu uma comissão para estudar a melhor maneira de abreviar a permanência do criminoso na cidade.

"Estamos buscando audiências com o presidente do Tribunal de Justiça, o procurador-geral de Justiça e o juiz responsável pela vara criminal federal em Florianópolis", contou o presidente da OAB no Estado, Adriano Zanotto. Segundo ele, "do ponto de vista legal, o Fernandinho Beira-Mar sob hipótese alguma poderia estar em uma cadeia da Polícia Federal. Ele é um criminoso já apenado e tem de cumprir a sua pena em penitenciária".

Zanotto explicou ainda que, pela lei de execuções penais Beira-Mar deveria estar cumprindo pena no Rio de Janeiro, perto de sua família.

O secretário de Segurança Pública de Santa Catarina, Ronaldo Benedet, marcou reunião para a tarde desta terça-feira com o presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, Jorge Mussi,para discutir possíveis providências. O secretário explicou que vai tentar encontrar uma solução para que "esse criminoso seja tirado daqui, até porque não é de Santa Catarina".

O presidente do Sindicato dos Policiais Federais, Édison Tessele, afirmou que a estrutura existente no prédio da superintendência da Polícia Federal não é suficiente. "As pessoas que conhecem a superintendência de Brasília sabem que para entrar naquele prédio para fazer um resgate é muito mais difícil, em tese, do que aqui em Florianópolis", afirmou.

O delegado da Polícia Federal, Ildo Rosa, disse não haver motivo para qualquer preocupação em relação à segurança e informou que existe a possibilidade de a permanência do traficante em Florianópolis ser curta, pois a penitenciária federal de Campo Grande pode estar pronta em novembro e o traficante deve ser transferido para lá.

Beira-Mar foi condenado em Belo Horizonte a 11 anos por tráfico de drogas e, em Cabo Frio (RJ), a 21 anos por tráfico e formação de quadrilha. Também é acusado de lavagem de dinheiro, contrabando e associação para o tráfico internacional de drogas.

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