O líder do PL na Câmara, Sandro Mabel (GO), deverá ser absolvido do processo de cassação pelo Conselho de Ética da Casa. Amanhã, o relator do processo, deputado Benedito de Lira (PP-AL), entrega o seu parecer ao colegiado e, de acordo com deputados do conselho, não há provas para condenar Mabel. O líder do PL foi acusado pelo deputado cassado Roberto Jefferson como um dos beneficiados do esquema de ‘mensalão’. O presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), deve marcar a votação do parecer para a próxima semana.
Contra Mabel há o depoimento da deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO). Ela afirma que recebeu do líder, em fevereiro de 2004 proposta para mudar de partido em troca de R$ 1 milhão mais uma mesada de R$ 30 mil. Mabel nega. O líder entrou com processo por falta de decoro contra a deputada afirmando que ele mentiu ao acusá-lo. Raquel Teixeira pode ser advertida nesse processo que ainda precisa ser votado pela Mesa da Câmara. O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), também relatou que, na época, a deputada contou a oferta que teria sido feita por Mabel.
O líder do PL e a deputada chegaram a participar de uma acareação no conselho como parte da instrução do processo, mas não houve muito resultado. O próprio relator afirmou que a acareação não foi suficiente para esclarecer quem afinal está mentindo.
O processo contra Mabel foi encaminhado ao conselho pelo então presidente do PTB, Roberto Jefferson, em agosto. Mesmo que seja absolvido pelo conselho, o processo de Mabel deverá ir ao plenário da Câmara, responsável pelo julgamento final dos pedidos de cassação. A votação no plenário deverá acontecer depois do processo de Dirceu. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), marcou a sessão de julgamento de Dirceu para o dia 9 de novembro. Nos dois casos, o prazo de 90 dias previsto para a votação do pedido de cassação termina no dia 8 de novembro. A partir dessa data, Aldo tem o prazo de dois dias para incluir o processo na pauta de votação do plenário.