Em 2007, primeiro ano do mandato do próximo presidente da República, seja ele Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin ou qualquer outro, o Produto Interno Bruto (PIB), o conjunto de todas as riquezas produzidas no Brasil, segundo estimativas da Economist Intelligence Unit (EUI), empresa de consultoria sediada em Londres, deverá crescer em torno de 3,5%.
A empresa faz avaliações periódicas sobre o desempenho da economia mundial e, em estrito senso, está prevendo para a economia brasileira um ciclo de esmorecimento do setor externo a ser compensado, no entanto, pelo crescimento da demanda interna que começará a representar papel de destaque no crescimento econômico do País. A EUI baseou sua análise econômica na perspectiva real de aumento do consumo impulsionado pela expansão do crédito e do crescimento da renda, conforme atestam indicativos considerados bastante seguros e constantes desde 2003.
O presidente não contava com argumentação mais eficaz que esta servida agora em adornada salva de prata pela agência britânica, num momento de afirmação de sua trajetória rumo ao segundo mandato, em que as atuais pesquisas de intenção de voto permitem sonhar com a vitória no primeiro turno.
Os analistas a serviço da consultoria também dão como certa a queda das taxas de juros para incentivar a aquisição de bens de consumo duráveis nos grupos de renda alta, ao passo que o círculo virtuoso prosseguirá com aumentos reais do salário mínimo, permitindo gradativa melhoria dos padrões de vida da maioria pobre. O mesmo cenário de crescimento está previsto para investimentos nos setores público e privado, significando mais dinheiro injetado na economia e, obviamente, mais oportunidades de emprego e renda.
É a sopa no mel do presidente Lula o recebimento dessa dose extra de bons augúrios consignados no otimismo franco do relatório da Economist Intelligence Unit, dando credibilidade ao discurso já delineado da ?melhora marcante? da situação macroeconômica e financeira do País nos últimos anos. Os resultados da política econômica, mesmo com a inesperada exoneração do ministro Antônio Palocci não foram alterados e esta realidade está aí à vista de todos, em particular, dos analistas da economia globalizada. Para eles um trunfo do governo foi restringir a vulnerabilidade aos choques externos com o pagamento antecipado de parcelas das dívidas do FMI e Clube de Paris, pela primeira vez em dez anos.
A campanha de Lula começou em Londres.