Salário regional do Paraná vai injetar até R$ 66 mi mensais na economia

A criação do salário mínimo regional representa uma injeção entre R$ 46 milhões e R$ 66 milhões mensais na economia do Paraná e vai beneficiar, direta e indiretamente, entre 190 mil e 600 mil trabalhadores, apontaram nesta terça-feira (25) os representantes das três centrais sindicais ? NCST, CGT e Cut ?, do Dieese e da Delegacia Regional do Ministério do Trabalho.

Epitácio Antônio dos Santos (Nova Central Sindical dos Trabalhadores do Paraná), Gladir Antônio Basso (Confederação Geral dos Trabalhadores), Roni Barbosa (Central Única dos Trabalhadores), Cid Cordeiro (Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Sócio-Econômicos) e Geraldo Serathiuk (Ministério do Trabalho) participaram nesta terça-feira da reunião da Escola do Governo, comandada pelo governador Roberto Requião.

?Além do impacto econômico positivo, o salário mínimo regional traz também impactos sociais positivos, o que são mais significativos, como uma melhor distribuição de renda e a melhoria do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos paranaenses?, disse Roni Barbosa sobre a proposta de Requião de criar faixas salariais mínimas entre R$ 427,00 e R$ 437,80 no Estado.

Crédito

Geraldo Serathiuk, por sua vez, afirmou que ?não são os dirigentes máximos das federações? que não querem a aprovação do projeto em tramitação na Assembléia Legislativa. ?São dirigentes de sindicatos patronais que viveram e vivem à custa de bons salários em suas instâncias sindicais, conseqüentemente ganhando em cima dos próprios empresários e dos próprios trabalhadores?, criticou.

Para ele, a visão desses empresários, do impacto de custo numa empresa de uma cadeia produtiva, com a criação do salário mínimo regional, é extremamente equivocada. ?Quero tranqüilizar o povo do Paraná que não é verdade que vamos ter o fechamento de empresas e de empregos no Estado. Porque o primeiro aspecto que faz um país crescer e desenvolver é o crédito?, disse.

Investimentos

Ele ainda afirmou que o crédito no Paraná e no Brasil cresceu e está crescendo muito. ?No Paraná, o BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento Econômico) investiu R$ 1 bilhão no setor produtivo, o setor cooperativo pegou R$ 5 bilhões no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e os empresários, R$ 2 bilhões do Banco do Brasil. O microcrédito consignado fez entrar na economia do Paraná só no ano passado R$ 800 milhões. Além do crédito imobiliário que fez com que fossem criados 2.800 empregos na construção civil em apenas dois meses deste ano?, exemplificou.

Serathiuk disse que o crédito e o microcrédito fazem com que as atividades se expandam. ?Houve um aumento desses créditos no Paraná de mais de 50% de expansão. E os indicadores deste ano apontam um aumento muito maior. O que garante que esse discurso de que vamos perder empregos e parar de crescer, devido ao salário mínimo regional, é mentiroso, desinformado ou de má fé?.

Empregos

O delegado regional ainda elogiou o Governo Requião por ter criado condições do Estado gerar 300 mil novos postos de trabalho no Estado durante os três primeiros anos, diferente dos últimos oito anos do governo anterior, que gerou apenas 37 mil novos postos.

Segundo ele, alguns aspectos que contribuem para isso são as políticas públicas, sociais e fiscais. ?O Paraná teve esse crescimento na geração de empregos e 65% dele foi no interior do Estado, porque tivemos créditos e mais investimentos públicos, o que fez com que houvesse essa expansão na economia?.

Votação já

O presidente da NCST, Epitácio Antonio dos Santos, agradeceu o governador pelos projetos voltados aos trabalhadores de todo o Estado e falou da importância do salário mínimo regional. ?Esta ação vai beneficiar o comércio e a industria, não para a exportação, mas para as relações comerciais internas. Portanto, vamos pressionar os deputados para que o projeto seja votado?.

Já o vice-presidente nacional da CGT, Gladir Antonio Basso, destacou a luta junto ao governo estadual para oferecer melhores condições aos trabalhadores. ?O resultado das empresas depende da massa salarial que estiver no bolso dos trabalhadores. Portanto, o projeto é extremamente importante para o Paraná, porque ele vai dar uma nova dinâmica, vai estimular a base de apoio do salário mínimo regional para a base das negociações dos acordos coletivos para as categorias?.

Basso também criticou os empresários que são contra o piso regional no Paraná. ?Se o Dieese calcula que o salário mínimo necessário para a sobrevivência de uma família com quatro pessoas deveria ser R$ 1.500,00, dizer que R$ 437,00 é um salário que vai gerar desemprego, é uma questão mentirosa?. Para ele, ?esta gente não quer ver o Estado crescendo, o país desenvolvendo e os trabalhadores tendo uma melhor renda?.

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