O salário mínimo brasileiro deveria valer R$ 1.466,73 em março, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). O cálculo foi feito com base no preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deveria suprir as necessidades de uma família com alimentação, moradia, educação, saúde, transporte, vestuário, higiene, lazer e previdência social.
O mínimo ideal calculado pelo Dieese corresponde a 7,3 vezes o valor do salário de março (R$ 200). No dia 1º, o salário mínimo recebeu um reajuste nominal de 20%, passando a valer R$ 240. No mês passado, o trabalhador assalariado teve de gastar mais tempo para poder comprar a cesta básica.
De acordo com a pesquisa, os assalariados remunerados pelo salário mínimo precisaram trabalhar 169 horas, em média, para adquirir o conjunto de gêneros essenciais. Em fevereiro, os trabalhadores precisavam cumprir uma jornada de 162 horas para comprar os mesmos itens. Na comparação com março de 2002, o tempo de trabalho necessário subiu ainda mais. Naquele mês, eram necessárias 141 horas de trabalho para comprar a cesta básica.
A Pesquisa Nacional da Cesta Básica, divulgada hoje pelo Dieese, mostra que houve aumento de preços dos alimentos e produtos considerados essenciais nas 16 capitais pesquisadas mensalmente. Os aumentos da cesta básica variaram de 0,53% (Recife) a 6,83% (Goiânia e Rio de Janeiro).