O Paraná pode bater novo recorde na safra de grãos 2003/2004, chegando a 31 milhões de toneladas, informou ontem o vice-governador e secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Orlando Pessuti. Na safra 2002/2003, a safra paranaense atingiu 30 milhões de toneladas, com crescimento de 33,7% em relação à safra anterior. As primeiras estimativas do Deral (Departamento de Economia Rural) para a safra atual apontam para uma colheita entre 28,1 milhões a 30,8 milhões de toneladas. Mas, segundo Pessuti, esse volume pode ser maior, principalmente por causa do incremento no milho safrinha (que não começou a ser plantado), pela continuidade do comportamento climático e dos preços praticados.
Pessuti destacou que o resultado final da safra 2002/2003 surpreendeu, já que as primeiras estimativas indicavam a produção de 27 milhões de toneladas, número posteriormente revisto para 29 milhões de toneladas. “Um dos principais fatores que influenciaram foi o bom comportamento climático, aliado ao bom nível dos preços nos últimos três anos, que estimulou os agricultores a plantarem com tecnologia”, comentou o secretário.
Na safra 2003/2004, a área plantada de soja está 7,5% maior, com previsão de colheita de 11,1 milhões a 12,2 milhões de toneladas. Na última safra, foram colhidos 11 milhões de toneladas de soja. Por outro lado, a área de milho normal, que apresenta maior produtividade que a soja, foi reduzida em 9,1%. Com isso, a produção estimada é de 7 milhões a 7,6 milhões de toneladas, contra 8,3 milhões na safra passada. No milho safrinha, a área plantada aumentou 6,4%, com perspectiva de colheita entre 5,5 milhões a 6 milhões de toneladas. No ano passado, foram colhidos 5,8 milhões de toneladas.
O café, apesar da redução de 3,7% na área, pode chegar a 156 mil toneladas produzidas, o que representa um aumento de 32,2% sobre o total da safra passada. Além dos grãos, o algodão é outro destaque da safra 2003/2004. Com expansão de 34% na área plantada, a expectativa é produzir 89 mil a 96 mil toneladas, o que representa um aumento médio de 29,6%. Crescimento expressivo, de 35,6% na área, foi registrado na mandioca. A produção deve crescer 37,6%, de 2,2 milhões para até 2,9 milhões de toneladas. A área total das safras de verão e inverno 2003/2004 está estimada em 8,9 milhões de hectares, 2,2% mais que na safra anterior.
Estímulos
Segundo Pessuti, outro fator favorável para alavancar a produção agrícola do Paraná é o volume de crédito liberado para a agricultura familiar. Na safra passada, os 86 mil contratos do Pronaf no Estado somaram R$ 2,3 bilhões. Neste ano, já foram fechados 105 mil contratos, no valor de R$ 3,2 bilhões. O Valor Bruto da Produção Agropecuária em 2003 foi avaliado em R$ 27,2 bilhões, 46% acima de 2002.
“Apesar de ter apenas 2,3% da área territorial do Brasil, o Paraná representou 24% da safra de grãos 2002/2003”, destacou o secretário. “O Paraná pode até perder participação percentual para outros estados que estão crescendo na agricultura, como Mato Grosso, Goiás, Maranhão, Piauí e Bahia, mas em quantidade dificilmente deixará de produzir essas 30 milhões de toneladas e continuará sendo o Estado mais importante na transformação de proteína primária em animal.” Como exemplos, Pessuti citou a avicultura de corte, a produção de leite e a suinocultura.
O secretário anunciou ainda que a publicação “Perfil da Agropecuária Paranaense” será editada em japonês, inglês, espanhol e chinês. “São os principais mercados que queremos continuar conquistando.”