Ruralistas pedem a Dilma a liberação R$ 3 bilhões do FAT

Parlamentares ligados à Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados estiveram hoje (10) com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e apresentaram uma lista de reivindicações do setor rural. As informações são do presidente da comissão, deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO).

Um dos assuntos tratados na reunião foi o repasse de R$ 3 bilhões em recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para que os produtores paguem dívidas contraídas junto aos fornecedores de insumos.

A liberação desse montante prevê a divisão dos encargos financeiros de 13,75% ao ano. Os produtores arcariam com 8,75% e as indústrias com os 5% restantes. No entanto, informou a assessoria de imprensa do deputado, representantes da indústria de insumos dificultam a negociação.

Segundo Caiado, os produtores com dívidas em aberto são obrigados a negociar os débitos junto às empresas. Nesse caso, as indústrias cobram encargos de até 3% ao mês. As vendas de insumos para a próxima safra são condicionadas à essa proposta. "Até hoje, o compromisso do presidente Lula em instituir a Linha FAT Giro Rural entre os produtores e a indústria não saiu do papel", disse Caiado.

Mercosul

Outra reivindicação da bancada refere-se à autorização para importação de insumos genéricos do Mercosul. "Até hoje não foi publicado o decreto autorizando a importação dos genéricos do Mercosul, mostrando que o lobby dessas empresas nos ministérios da Agricultura e Meio Ambiente e na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é mais forte do que a ordem do presidente", disse Caiado. A medida foi anunciada pelo governo no fim de junho, quando os produtores fizeram um "tratoraço" em Brasília.

Segundo Caiado, a ministra classificou como "grande instrumento de pressão" a abertura de mercado. "Não se pode matar a galinha dos ovos de ouro. Abrir o mercado para a concorrência é um grande instrumento de pressão. Eu entendi o problema. Vou conversar com o ministro (da Agricultura) Roberto Rodrigues porque ele tem o maior interesse nisso e vamos fazer um esforço nesse sentido", teria dito Rousseff, segundo Caiado.

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