Rumo da economia não deve mudar com nova equipe

As alterações nas normas cambiais e a nova formação da equipe econômica do governo, com defensores ferrenhos da indústria, podem provocar ruídos de curto prazo, mas dificilmente representarão mudança de rumo da política econômica, avaliam economistas do mercado financeiro. Para eles, o problema é que as novidades ocorreram num momento turbulento do cenário externo com investidores reduzindo suas posições nos mercados emergentes

Segundo o economista-chefe da Gap Asset Management, Alexandre Maia, a margem de manobra de mudanças na política econômica é muito pequena. "A política fiscal continuará sendo pautada pelas metas de superávit primário, o Banco Central manterá o objetivo de cumprir as metas de inflação e o câmbio permanecerá flutuante", aposta o especialista

Para ele, uma medida muito bem recebida pelo mercado financeiro seria desviar o foco, hoje sob os juros e o câmbio, para uma agenda mais voltada para o crescimento econômico do País, com taxas mais expressivas. "Seria importante priorizar uma agenda microeconômica e de aumento de produtividade. Mas, infelizmente, não vejo nada muito prático. É mais um debate.

O economista da Corretora López Léon, Flávio Serrano, também acredita que a política econômica deve se manter inalterada. "Mas ainda é muito cedo para dizer se existe alguma mudança em curso na política econômica. Se isso ocorrer, seria um desperdício de todo o trabalho feito até agora." Para ele, as alterações nas normas cambiais, por exemplo, são apenas uma correção, que devem diminuir a volatilidade do mercado

Já em relação aos novos nomes da equipe econômica, como a indicação do economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida, defensor declarado da indústria, ele observa que é o resultado da mudança no comando da Fazenda. "O ministro vai colocar gente de sua confiança nas secretarias.

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