Roupas chinesas provocam queda na produção brasileira

A produção física de roupas caiu 7,9% no primeiro semestre de 2006. Nos últimos 12 meses a queda acumulada ultrapassa os 10%, o mesmo percentual de redução na produção também no mês de junho. Segundo dados do Intituto IEMI, especializado na área têxtil e de confecção, os motivos são: falta de inverno, a importação crescente de produtos asiáticos, redução da renda dos consumidores e a crescente informalidade — que afeta diretamente um setor de mão-de-obra intensiva como o de confecções.

"Foi um dos semestres mais fracos dos últimos anos para a indústria. No entanto, o comércio está vendendo como nunca. Do que se conclui que estamos perdendo mercado para os importados notadamente da China?, diz Marcel Zelazny,  presidente do Sindivest/Sindiroupas.

Os confeccionistas torcem para que nos últimos seis meses do ano ? quando normalmente o consumo é maior ? o setor possa recuperar parte das perdas e feche 2006 pelo menos "empatando" com o ano passado.

Mas os empresários do setor não estão nada animados com as perspectivas do ano. E afirmam que a continuar a entrada de roupas da China a preços artificiais, gerando mais queda na produção, a indústria de vestuário entrará em colapso com fechamento de empresas e demissões  de trabalhadores no final do ano.

Em 2005 foram produzidas no País 5 milhões de peças  de vestuário (em roupas masculinas, femininas e infanto-juvenil) com faturamento de US$ 19 bilhões. O Estado de São Paulo representa  35% desses volumes.

Fiscalização

O presidente do Sindivest/Sindiroupas critica a forma com vem sendo feita a fiscalização das importações dos produtos têxteis junto aos portos: ?Os tecidos, matéria-prima, recebem luz vermelha (são sempre parados e vistoriados, muitas vezes até atrasando a produção de roupas da estação). Já as roupas prontas, estas sim que deveriam ser rigorosamente fiscalizadas, passam com sinal verde pela Alfândega. Há algo de muito estranho nisso", questiona Zelazny.

"Os importados, o dólar baixo e a falta de inverno dão uma idéia da péssima situação em que se encontram as confecções brasileiras?,  alerta o presidente do Sindivest/Sindiroupas. "Contamos com a sensibilidade do governo na questão das importações. Precisamos gerar empregos e divisas no Brasil, não no exterior".

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