Robinho dribla imprensa; Pelé apóia negociação

Quem todo mundo queria ver não apareceu. Decepcionando torcedores e jornalistas, que brigavam por espaço na área de desembarque do Aeroporto Internacional de Guarulhos, perto das 6 horas da manhã de hoje, Robinho usou a mesma malícia dos seus dribles para chegar com tranqüilidade ao Brasil. O atacante santista não usou a mesma saída dos outros jogadores, comissão técnica e até de Pelé, todos vindos no mesmo vôo que saiu de Frankfurt na noite de quinta-feira.

Diferentemente de seu pupilo, Pelé não fugiu ao assédio e reiteirou o apoio para a transferência de Robinho. "Mas é com dor no coração", disse. "Acho que ele deve fazer o pé de meia dele, assim como eu fiz".

Desembarcaram também Marcos, Zé Roberto, Kaká, Renato, Maicon, Júlio Baptista, Cicinho, Léo e Ricardo Oliveira.

Poucos torcedores tiveram coragem de deixar suas camas e seguir até Guarulhos especialmente para ver a seleção. A maioria esperava por parentes ou acabava ficando por ali ao saber que os craques brasileiros estavam prestes a chegar ao País. Um deles, no entanto, cruzou a cidade para pedir que Robinho permanecesse no seu time do coração.

Motorista de lotação, Cristiano Pinheiro, de 33 anos, saiu do bairro de Santo Amaro e chegou em Guarulhos às 3h30. Segurava, próximo da porta de saída, a faixa onde pedia "Fica, Robinho". Como o craque santista não deu as caras em Cumbica, ficou a frustração de não ver o ídolo mais uma vez – talvez a última.

"Ele sempre foi humilde, mas o que fez hoje foi palhaçada", disse o motorista. Apesar do pedido, nem ele acredita na permanência do atacante. "Que ele vá com Deus. Pedir para ele ficar é gastar saliva." Caso encontrasse com o ídolo, Cristiano gostaria de agradecer a conquista dos dois títulos brasileiros. "E pelas oito pedaladas em cima do Rogério (na final contra o Corinthians, em 2002)."

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