Roberto Jefferson não comparece à PF para acareação com Molina

O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que tinha até o meio dia de hoje para comparecer espontâneamente à Polícia Federal (PF) para fazer uma acareação com Arlindo Molina, não se apresentou e deverá ser notificado na segunda-feira (20/6) pela Procuradoria Geral da República para comparecer na condição vítima já que a polícia não pode intimá-lo a depor por ele ser deputado federal e ter foro privilegiado.

O militar reformado da marinha, Arlindo Molina, suspeito de ter participado do susposto esquema de corrupção nos Correios e preso há dez dias na sede da Polícia Federal nesta capital, acaba de ser liberado. A prisão temporária de Molina vence hoje à meia noite. Segundo o advogado, Osmar Ferreira, o suspeito já deveria ter sido liberado há cinco dias, entretanto, permaneceu até hoje porque foi pedida a renovação da prisão temporária.

Roberto Jefferson é acusado de envolvimento em esquemas de arrecadação de propinas em benefício do PTB em estatais como os Correios e o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). As acusações surgiram a partir da divulgação do conteúdo de uma fita de vídeo em que o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Mauricio Marinho, recebe R$ 3 mil de empresários para favorecê-los em uma licitação da empresa. Na fita, ele revela supostos detalhes de um esquema de arrecadação para o PTB.

Em depoimento prestado à Polícia Federal, o advogado Joel Santos Filho e o engenheiro José Carlos Mancuso confessaram ter participado da gravação nos Correios. Joel Santos aponta como mandante o empresário brasiliense Arthur Washeck Neto, dono de uma empresa que fornecia material à estatal. Também está preso o ex-agente do Serviço Nacional de Informação (SNI) José Fortuna. Ainda segundo Joel Santos, o militar da reserva da Marinha, Arlindo Molina, e o assessor de um parlamentar, foram ao gabinete de Roberto Jefferson para falar sobre a filmagem e sobre negócios nos Correios, antes de a gravação ser divulgada pela imprensa. Jefferson acusa Molina de ter tentado extorqui-lo em troca da fita.

Osmar Ferreira, advogado de Molina, diz que a pedido de Arthur, Molina teria ido avisar Roberto Jefferson. "Ele sabia que o negócio iria estourar mesmo já que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), a Polícia Federal e a imprensa tinham a fita".

Ainda segundo o advogado a prisão de Molina foi uma estratégia da PF para melhorar apurar os fatos. Mesmo após liberado pela polícia, Molina deverá ficar a disposição da justiça por duas semanas.

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