Rio tem hotéis lotados mesmo após onda de ataques

Apesar da crise na aviação e dos recentes ataques, a taxa de ocupação nos hotéis do Rio de Janeiro permanece praticamente inalterada neste fim de ano em relação ao mesmo período de 2005 – caiu apenas 1,2 ponto porcentual. Pesquisa d Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih) mostra que, neste mesmo período em 2005, a lotação de vagas foi de 90,46%. Em 2006, chegou a 89,26%. ?O Rio é invencível. Mesmo com a Varig quebrando, o apagão aéreo e os atentados de tudo quanto é lado, o turismo conseguiu se recuperar para o réveillon. Estou feliz da vida?, declarou o presidente da Abih, Alfredo Lopes. ?Não houve cancelamento de diárias em razão dos ataques.

Mas houve perdas pontuais. Gerente geral do Hotel Excelsior, em Copacabana, Rogério Vasques já contabilizou prejuízo até o carnaval de aproximadamente R$ 300 mil em razão dos ataques de traficantes de drogas na quinta-feira. Segundo ele, muitos clientes estão cancelando as reservas e escolhendo outras cidades para passear.

?Temos de pôr o Exército nas ruas. Todo o comércio perde com a violência e o clima de insegurança na cidade. Desde o hoteleiro ao rapaz que vende fruta na feira?, declarou. ?Já perdemos 25% a 30% da reserva, incluindo os pacotes de carnaval, que custam R$ 5 mil.

Formada em contabilidade, a mineira Priscila de Melo Castro, de 22 anos, e o empresário Leonardo Casavecchia, de 26, trocaram a cidade de La Spezia, na Itália, pelo Rio, para passar o réveillon. Chegaram ontem ao bairro de Copacabana e se assustaram com o noticiário de terror. Suas famílias e amigos ficaram preocupados. Ao longo do dia, enviaram várias mensagens para o celular do empresário, perguntando se eles tinham sido feridos.

Casavecchia respondeu que todos estavam bem. O casal viajou com dois amigos italianos: os advogados Enrico Di Martino e Lorenzo Celle, ambos de 40 anos. ?Levei um susto e fiquei com medo de andar nas ruas?, disse Priscila, que mora na Itália há sete anos e, a exemplo do namorado, veio pela primeira vez ao Rio. ?Já me falavam que aqui é perigoso e logo que cheguei me deparei com essa violência. Não vou mais pegar ônibus, só táxi.? Apesar do temor, ela avisou que vai curtir o réveillon na areia de Copacabana. O namorado, meio contrariado, afirmou que vai acompanhá-la. ?Irei para a praia, mas estou com muito medo.?

Celle, amigo do casal, contou que a imagem do Rio na Itália é muito negativa. ?A violência é marcante.? Martino concorda, mas ressaltou a beleza do lugar. ?Venho para o Rio há anos e o visual é belo. Sei que tenho de estar atento o tempo todo. Não dá para relaxar.? O designer Adriano de Souza, de 35 anos, e a administradora Lucimar da Conceição, de 24, saíram de Foz do Iguaçu e não se arrependeram da escolha. ?Vou aproveitar o sol e relaxar. Espero que não aconteça mais nada?, afirmou Souza.

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