Revisão do PIB não muda metas da política econômica para 2007, diz Mantega

Brasília – A revisão do crescimento econômico de 2006 para 3,7%, com o novo cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), não muda as metas da política econômica para este ano, afirma o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Mantega disse que não há "a menor cogitação" de o governo liberar recursos a serem gastos este ano em função da redução da relação entre a dívida pública e o PIB. O ministro concedeu entrevista nesta quarta-feira (28) para anunciar os nomes dos quatro presidentes de bancos públicos do país.

"Não haverá uma mudança da política fiscal do governo. Não é porque temos uma dívida menor que vamos gastar mais", advertiu. "O governo continuará praticando a política de responsabilidade fiscal que nos trouxe até essa situação muito favorável", completou. O ministro também advertiu que os novos dados não alteraram a expectativa de arrecadação de impostos esse ano, por isso, o orçamento permanece o mesmo. Por isso não haverá liberação para mais investimentos no Projeto Piloto de Investimentos (PPI), que permanecerão em R$ 11,6 bilhões, nem descontingenciamento de verbas.

Com a nova metodologia, a relação dívida/PIB caiu, em 2006, de 51% para 44,9%. Esta revisão levou o ministro a projetar, para 2010 uma queda nessa relação para 35%. Mantega também previu para antes de 2010 a redução a zero do déficit nominal (o saldo nas contas após o pagamento dos juros da dívida). Com a revisão do PIB, o déficit caiu para 3%.

Mantega afirmou que o governo não vai alterar a projeção de crescimento do PIB para 2007, mesmo após a revisão do resultado de 2006 e a nova projeção apresentada nesta quarta-feira pelo Relatório de Inflação do Banco Central, que aponta para um crescimento de 4,1% em 2007. "Nosso alvo continua sendo 4,5%. Se for maior, vamos comemorar", disse. Mas o ministro comentou que, ao contrário de análises anteriores, a trajetória de crescimento da economia demonstra que é "factível" o crescimento de 4,5% ainda este ano. "Não é mais ficção nem desejo".

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