Retomada das obras de Angra 3 será discutida em dezembro

O governo vai examinar em dezembro a retomada das obras da usina nuclear de Angra 3. Segundo a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, esse "é um dos assuntos" que fará parte da reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que deverá ocorrer em dezembro. Angra 3 faz parte do programa nuclear Brasil-Alemanha, da década de 70, e já tem a maior parte de seus equipamentos comprados, que estão estocados no complexo nuclear de Angra dos Reis.

A ministra não informou a data da reunião do CNPE e nem quais outros assuntos serão abordados na reunião. Presidido pelo MME, o CNPE é integrado por sete ministérios (Fazenda, Planejamento, Ciência e Tecnologia, MDIC, Casa Civil e Meio Ambiente) e a maior instância decisória de questões referentes ao setor elétrico brasileiro.

Na sexta-feira, o governo atendeu a um pleito antigo da Eletronuclear, estatal responsável pelas usinas de Angra dos Reis, e aumentou a tarifa de R$ 78,41 por megawatt-hora (MWh) para R$ 91,52 por MWh. Além disso, a empresa terá acréscimo de 275 MW médios em sua capacidade, que passará dos 1.200 atuais para 1.475 MW, a serem comercializados por Furnas, para quem a geradora estatal vende a sua produção. A potência total das duas usinas nucleares brasileiras atinge 2.007 MW.

A ministra explicou que a energia nuclear tem características próprias e havia uma lacuna na legislação brasileira referente ao critério de ajuste das suas tarifas, que passará a ser feito em bases anuais, como as demais empresas do setor elétrico. Para chegar ao valor de R$ 91 o governo considerou alguns custos passados da construção de Angra 2, mas afastou outros custos, como os juros sobre capital próprio. "É menor do que a Eletronuclear queria, mas consideramos que esse é um patamar adequado", comentou. Com as mudanças, Dilma acredita que ficará "mais transparente" os custos da energia nuclear brasileira. Ela explicou também que no caso de Angra 3 os custos serão outros "e provavelmente mais elevados".

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