Requião diz que novo mínimo vai melhorar a distribuição de renda no Estado

O governador Roberto Requião disse ontem (08) logo após ser informado sobre a aprovação do novo salário mínimo por unanimidade de votos dos 51 deputados estaduais do Paraná que prevaleceu ?a visão solidária da sociedade? na Assembléia Legislativa. A sanção da nova lei deve ser feita ainda esta semana pelo governador, quando passa a valer o novo salário mínimo regional. Os trabalhadores vão receber o primeiro pagamento em junho.

Segundo o governador ?inicia-se agora um processo muito claro de distribuição de renda no Paraná?. A criação do salário mínimo regional representa uma injeção entre R$ 46 milhões e R$ 66 milhões mensais na economia do Paraná e vai beneficiar, direta e indiretamente, entre 190 mil e 600 mil trabalhadores, de acordo com representantes das centrais sindicais, Dieese e da Delegacia Regional do Ministério do Trabalho.

Requião acrescentou ainda que a aprovação do novo salário mínimo regional obriga as prefeituras a também pagarem o novo piso social entre R$ 427,00 a R$ 437, 80. ?Na verdade é como se fosse um abono sobre o salário-mínimo vigente. É importante que se deixe claro que, no caso das prefeituras, sobre esta diferença não incidem as leis sociais?.

O salário mínimo estadual será aplicado a categorias que não têm dissídio ou acordo coletivo de trabalho, como, por exemplo, a das empregadas domésticas. Com o que for acrescido em seu salário, o trabalhador beneficiado com a medida terá o suficiente para comprar 15 pacotes de 5 quilos de arroz ou então de 12 a 15 quilos de carnes.

O economista Cid Cordeiro Silva, supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), também considera o projeto de lei que cria pisos salariais mínimos no Paraná um importante passo para reduzir as desigualdades sociais. ?Há um consenso no país para se adotar medidas que venham a reduzir as desigualdades, mas quando se toma uma medida concreta, como essa do governador Requião, aparecem as resistências. As pessoas precisam entender que as desigualdades prejudicam o desenvolvimento de nosso Estado?, afirma.

Ao contrário do que argumentam os opositores do projeto, Cid Cordeiro garante que não haverá demissões em massa e muito menos fechamento de indústrias. ?Eles estão superestimando os impactos do novo piso regional, que já foi adotado pelo Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Nesses dois estados não tivemos onda de demissões e nem fechamento de empresas. Não aconteceu nada daquilo.

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