Requião confirma dois projetos de regularização fundiária e urbanização

O governador Roberto Requião confirmou nesta quarta-feira (28), no Palácio Iguaçu, durante jantar com líderes de movimentos populares, a execução de dois importantes projetos de urbanização, que juntos irão beneficiar cerca de 14 mil famílias ou seja mais de 50 mil pessoas, residentes em áreas de ocupações irregulares nos municípios de Piraquara e Colombo, ambos na Região Metropolitana de Curitiba.

?Esses projetos vão atender famílias que não tem sequer o título da terra onde vive. Eles não têm água, luz e nem casa. Isto vai exigir um investimento pesado da parte do Governo do Estado?, disse o governador aos líderes de bairros, na presença do vice-governador Orlando Pessuti, do presidente da Cohapar ? Companhia de Habitação do Paraná, Luiz Cláudio Romanelli, do diretor da Itaipu Binacional, Edésio Passos, do deputado Ângelo Vanhoni, do presidente do diretório do PMDB de Curitiba, Doático Santos, do presidente da Femoclam (Federação Comunitária das Associações de Moradores de Curitiba e Região Metropolitana) e da Fecampar, vereador Valdenir Dias.

Romanelli disse que o atual Governo do Estado vem trabalhando muito forte na questão da regularização fundiária e na urbanização das ocupações irregulares, que somam mais de 800 áreas públicas e privadas somente em Curitiba e Região Metropolitana. ?Cerca de 50% deste total está em área de proteção ambiental. Portanto, temos que pensar na sustentabilidade de toda essa questão, que envolve tanto o aspecto ambiental quanto social. E isso tem sido prioridade para o governador Requião?.

A intervenção do Governo do Estado no bairro do Guarituba, em Piraquara, vai corrigir distorções de mais de 20 anos em uma das maiores ocupações irregulares do Paraná, onde vivem 46 mil pessoas – uma população maior do que 90% dos municípios paranaenses. A meta é promover o saneamento, a regularização da área e transferir algumas famílias porque a ocupação está numa área de manancial. Serão investidos R$ 38,6 milhões nessa ação integrada.

Resgate histórico 

O diretor da Itaipu, Edésio Passos, considerou o jantar que o governador promoveu com os fundadores e líderes dos movimentos populares como ?um resgate histórico?. Segundo ele, o movimento popular no Paraná teve seu auge na época da resistência à ditadura militar, da qual o governador Roberto Requião, eu e outros companheiros participamos. O movimento não atuou apenas na organização dos trabalhadores nos bairros de Curitiba e outras cidades do interior do Paraná, mas também no campo social. Foi o movimento que se incorporou ao processo de luta pela anistia política e de libertação do povo brasileiro. Portanto, o resgate que o governador Requião faz hoje aqui é extremamente importante, porque relembra todos esses acontecimentos e marca, no momento atual, a grande importância que o movimento dos trabalhadores e populares tem no Brasil de hoje?, disse.

Na opinião de Jair Graminho, que em 1976 ao lado de Wilson Teixeira e outras pessoas fundou a primeira associação de moradores de Curitiba, os movimentos populares mudaram muito desde então. Naquela época, as favelas não possuíam nenhuma obra de infra-estrutura, como ruas, água, luz, escolas e creches. ?A gente começou a lutar, inicialmente, para que os moradores tivessem a posse do terreno. Fomos nos organizando e conquistando as melhorias. As associações tinham como objetivo a luta por melhores condições de vida, sem o interesse político que se vê nos dias atuais. Hoje, a maioria dos presidentes das associações é funcionário da própria prefeitura. Ai fica difícil mudar alguma coisa?.

Ele conta que por várias vezes encontrou o governador Roberto Requião nas reuniões dos movimentos populares ou andando pelos bairros ouvindo os moradores. ?Ele nunca deixou de ouvir os antigos companheiros?, reforçou.

O governador Requião mostrou-se satisfeito com o resultado do encontro com os líderes dos movimentos populares, os quais fez questão de chamar de ?velhos e verdadeiros amigos?. ?Eles começaram conosco há muitos anos atrás a luta pela reivindicação de bens de consumo urbano. A luta pela terra, pela torneira, pela casa, ruas, luz e asfalto. E, nessa organização de associações de bairros, eu me mobilizei para a política?.

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