Renan Calheiros defende candidatura própria para o PMDB

O presidente do Senado, Renan Calheiros, defendeu hoje (25) a candidatura própria do PMDB na eleição presidencial do ano que vem e descartou a hipótese de aliança com o PT no primeiro turno. "É impossível o PMDB fazer aliança com um grande partido no primeiro turno. Principalmente com o PT." Renan participou do 25º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), no Hotel Glória.

O senador disse que a candidatura própria é um fator de coesão interna no PMDB, mas ainda é cedo para definir o candidato. "Não há consenso de nome. Temos um quadro de excesso de bons candidatos", afirmou, citando, em seguida, o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, o do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho (cujo nome não mencionou), o governador de Brasília, Joaquim Roriz, o ex-governador de Minas, Itamar Franco, e o presidente do STF, Nelson Jobim.

Para Renan, o partido só deve começar o processo de escolha após a desincompatibilização dos governadores. "O nome será aquele que tiver mais condições de dar a vitória ao partido", argumentou. "O partido é grande, democrático, não tem dono e vai escolher democraticamente seu candidato".

Dirceu

A respeito da decisão do Supremo sobre o processo de cassação do deputado José Dirceu no Conselho de Ética da Câmara, Renan disse que a crise é política e não institucional. "Da mesma forma que o Congresso não vai interferir nos trabalhos do Judiciário, o Congresso terá altivez para impedir que o contrário aconteça." Ele disse que o direito de defesa é "intocável", mas alertou para o risco de procrastinação de processos e de "colaboração com a impunidade".

"O Supremo precisa entender que o processo legislativo tem peculiaridades, tem um viés político. É preciso levar isso em consideração", disse o presidente do Senado. Para Renan, no entanto, o caso Dirceu não deve impedir a votação do Orçamento no Senado. "Em um momento de crise, o radicalismo e o tensionamento não são bons conselheiros. Mais do que nunca, é preciso ter juízo para que esses casos não extrapolem", avaliou.

Em seu discurso no Enaex, Renan cobrou a redução da burocracia para as exportações e lembrou a necessidade de obras de infra-estrutura. Ele defendeu a realização das reformas tributária, política e da lei do Orçamento. "Na próxima semana vamos ter um encontro com o presidente da Câmara e com os líderes partidários para tentar priorizar uma agenda de interesse do Brasil, que passa pela Lei Geral da Microempresa, pela desburocratização, pelo Fundeb, pela reforma tributária, pela reforma política, coisas que poderão ser votadas até o final do ano ainda." Para ele, fazer eleições com as regras antigas é como "pré-datar" uma nova CPI para investigar o uso de caixa dois pelos partidos.

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