O presidente do Senado, Renan Calheiros, vai anunciar, às 16 horas, em discurso no plenário, a decisão sobre a convocação extraordinária do Congresso durante o recesso parlamentar. Neste momento, ele está fazendo mais uma rodada de consultas aos líderes para formar uma posição.
Embora seja favorável à convocação, por entender que isso anteciparia o fim da crise política, Renan Calheiros, segundo fontes, está ameaçando não convocar o Congresso extraordinariamente para evitar o desgate de assumir o ônus sozinho. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, até ontem estava contra a convocação e, segundo aliados de Renan Calheiros, estaria sendo pressionado por setores do PT, que querem esfriar a crise durante o recesso e adiar para depois de março as cassações dos parlamentares petistas envolvidos em denúncias de pagamento de mensalão.
Sem a convocação, o Conselho de Ética da Câmara não funciona e os processos só poderiam ser retomados a partir de 15 de fevereiro. Em relação às CPIs, elas podem até funcionar durante o recesso parlamentar, mas perderiam o poder de fogo, uma vez que a oposição não teria a tribuna do plenário.
Na avaliação de setores do governo que defendem a convocação extraordinária do Congresso, quanto mais for adiado o desfecho da crise, pior será, pois isso coincidiria com o início das convenções partidárias destinadas a escolher os candidatos às eleições de 2006.