Reforma ministerial começa com incertezas na articulação política

A semana começa com a expectativa do anúncio da terceira reforma ministerial do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje, deverá ser formalizada a saída de
José Dirceu, da Casa Civil, que deixou o cargo na última quinta-feira, abrindo
espaço para a transferência da pasta à ministra de Minas e Energia, Dilma
Roussef. Dilma foi convidada por Lula para ocupar a Casa Civil e aceitou, mas
ainda há incertezas quanto ao futuro da articulação política do governo. A Casa
Civil nas mãos da ministra perderia o seu caráter político. Dilma Roussef foi
chamada para implementar ações e "fazer o governo andar", como afirmam
interlocutores de Lula.

A alternativa de acabar com o ministério da
Coordenação Política e deixar a tarefa para os líderes no Congresso enfrenta
resistências no PT, que quer a manutenção da coordenação no Palácio do Planalto,
mas em outras mãos. A avaliação de petistas interlocutores de Lula é de que a
mudança agora na estrutura da articulação poderia trazer dificuldades na área
onde o governo está mais vulnerável, faltando praticamente um ano e meio de
governo. Esses petistas insistem na indicação do deputado João Paulo Cunha
(PT-SP), ex-presidente da Câmara, para o lugar do ministro Aldo Rebelo.

O ministro, assim como Dirceu, reassumiria seu mandato de deputado
federal. Outros setores do PT ainda resistem à indicação de Dilma e querem
manter o caráter político da Casa Civil apresentando outros nomes, como o do
ministro da Educação Tarso Genro.

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