Reforma cambial não é reação à conjuntura, diz Meirelles

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse hoje que o estudo em torno de uma reforma cambial não é apenas uma reação a fatores conjunturais, como a atual volatilidade no câmbio. Meirelles explicou que essa reforma é necessária para modernizar a legislação brasileira. "O Brasil tem de adaptar sua legislação à nova realidade de um Brasil globalizado." Ele lembrou que a realidade hoje do Brasil é de um país com saldo em conta corrente importante e consistente.

Meirelles afirmou que os estudos sobre mudanças no câmbio precisam ser feitos com cuidado porque envolvem a legislação. E lembrou que todas as mudanças que poderiam ser feitas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) já foram realizadas.

Investimento no exterior

O presidente do Banco Central disse também que "temos condições de ter um movimento permanente" de investimentos diretos brasileiros no exterior. Segundo ele, "o investimento no exterior não gera vulnerabilidade" e está de acordo com o projeto de lei no Congresso Nacional para liberalização do câmbio e com as medidas de unificação do câmbio tomadas há cerca de um ano e meio.

Meirelles explica que tudo está relacionado à mudança estrutural no balanço de pagamentos brasileiro ocorrida nos últimos anos. Ele lembrou que as exportações continuaram aumentando mesmo com o crescimento da economia e disse que os preços das exportações brasileiras atualmente estão voltando e, em alguns casos, até superando os níveis que tinham em 1997, antes da crise da Ásia.

Henrique Meirelles deu palestra no seminário "As novas multinacionais", promovido pela Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro.

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