Rede condominal de esgoto é solução para ampliar atendimento

Sem a participação da comunidade, o Brasil dificilmente conseguirá levar sistemas de esgoto a toda população. Essa idéia foi discutida em todos os debates do primeiro Seminário sobre Esgoto Condominial, promovido pela Sanepar nos dias 1º e 2 de setembro, em Curitiba. Atualmente, enquanto 90% da população urbana e 18% da rural nacional têm acesso aos sistemas de água, apenas 56% dos domicílios das cidades e 3% dos domicílios rurais são atendidos com serviços de esgotamento sanitário.

A saída apontada no Seminário é o sistema de esgoto condominial, pelo qual é possível economizar até 75% no metro linear dos ramais, em relação ao sistema convencional. O método alternativo prevê o compartilhamento de um mesmo ramal de coleta entre vizinhos. Nele, o traçado das tubulações não depende dos limites entre os terrenos que pertencem ao condomínio. O traçado da rede é flexível e passa por onde há maior declive. Isso encurta distâncias e reduz custos de instalação, já que a maior parte da tubulação não precisa suportar o peso de tráfego pesado como no sistema convencional, no qual as redes ficam ao largo das vias públicas. No sistema tradicional, cada usuário tem uma ligação individual até a rede coletora da rua.

Custos

Mais barato que o convencional, o sistema condominial, no entanto, não é apenas uma alternativa para áreas pobres. Em Brasília, por exemplo, o sistema condominial é aplicado em todas as áreas, incluindo o Lago Norte e o Lago Sul, consideradas áreas nobres. O sistema, porém, é especialmente importante para bairros carentes, onde o sistema tradicional é inviável, seja pela topografia, pelos custos elevados ou pelo traçado irregular da urbanização espontânea.

“No Paraná, temos o interesse pessoal do governador Roberto Requião na implantação do sistema condominial para a ampliação da população atendida. As experiências apresentadas vão ajudar os técnicos da Sanepar a refletir sobre nossa atuação. Queremos levar o saneamento até a população mais carente e este sistema parece uma alternativa muito viável”, explicou a diretora de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Maria Arlete Rosa.

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