A acusação de compra de votos, supostamente praticada pelo deputado federal Themístocles Sampaio (PMDB), pode ter resultado num atentado ao radialista da Rádio Chibata, Felipe Santolia, 30 anos, no interior do município de Esperantina, a 174 Km ao norte de Teresina. Santolia foi encontrado crucificado numa árvore, num matagal entre as duas cidades. Ele ainda levou dois tiros, um no pé e outro no ombro.
O deputado estadual Themístocles Filho (PMDB) disse que o atentado é uma armação política. Para ele, quem pretende matar não atira no pé, atira na cabeça. Santolia está internado no Hospital Getúlio Vargas, no centro de Teresina.
Ele disse que seria queimado vivo se não tivesse sido encontrado por moradores da região. E que as duas pessoas que lhe capturaram o deixaram amarrado enquanto pegavam combustível para incinerá-lo. O radialista acha que sofreu o atentado porque vem fazendo denúncias de esquema de compras de votos e corrupção eleitoral na região de Esperantina.
O radialista foi encontrado pela manhã na localidade de Barro, há 10 Km da sede de Joaquim Pires, amarrado com arame farpado e os braços abertos. Ele informou que estava indo à noite para Joaquim Pires para fazer uma matéria sobre um esquema de compra de votos, quando foi abordado por dois homens numa motocicleta.
Felipe Santolia acusou o deputado federal Themístocles Sampaio (PMDB) e o deputado estadual Themístocles Filho (PMDB) de serem os responsáveis pelo atentado. Ambos, pai e filho, são naturais de Esperantina. Ele ainda acusou o prefeito de Esperantina, José Ivaldo Franco (PSDB), o vereador de Esperantina, Jânio Aguiar (PFL), bem como cabos eleitorais do ex-prefeito de Luzilânida, Ismar Marques (PSDB), de estarem por trás da ação que resultaria em sua morte.
“Não tenho dúvidas de que foram eles. Eu estava denunciando compra de votos feita por eles. Ia apresentar as fitas comprovando tudo isso. São várias fitas que comprovam a compra de votos para o deputado federal Themístocles Sampaio”, acusou o radialista.
O deputado estadual Themístocles Filho (PMDB) disse que o atentado foi uma armação. “Eu acho uma molecagem comparar este rapaz a Cristo. Ele é um picareta e está fazendo campanha para os candidatos do PFL. Ele está recebendo dinheiro para isso”, afirmou o deputado, candidato à reeleição.
Themístocles Filho estranhou o fato de que o secretário de Segurança, Antônio José Morais, soube da ação antes mesmo da polícia de Esperantina. “Na verdade, nem sei se houve um atentado. Tudo pode ter sido simulado. Ele é um psicopata e quer aparecer. Quem vai matar alguém não atira no dedão do pé. Atira é na cabeça”, pontificou o deputado.
Para Themístocles, tudo não passa de uma armação política e será esclarecido tão logo acabe a eleição. “Vão saber toda esta história. Tudo foi feito sob encomenda.”