Queda na criação de empregos não surpreende ministro do Trabalho

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, classificou como "bom e dentro das expectativas" do governo a criação de 148.019 novos empregos formais pela economia em fevereiro, embora o número tenha ficado 16,2% abaixo do saldo positivo gerado no mesmo mês do ano passado (176.632). Os números, divulgados nesta terça-feira (27), são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, que registra todas as demissões e admissões feitas pelas empresas que contratam pelas regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

"O resultado não nos surpreendeu", comentou. Marinho disse que a redução no ritmo de geração de novos empregos com carteira assinada no mês pode ser explicada pelo fato de fevereiro de 2006 ter concentrado grande número de "feiras e eventos turísticos" em grandes cidades do Sul e Sudeste. Para o ministro é cedo para falar qual será a tendência do ano no mercado de trabalho. "Somente em maio poderemos ter uma visão mais geral", afirmou.

Todos os grandes setores da economia registraram mais contratações do que demissões de trabalhadores, sendo que os serviços geraram 62,8 mil novas vagas, a indústria de transformação ficou positiva em 30,8 mil novos postos e a agropecuária registrou 21,9 mil. No bimestre, o melhor desempenho dos três foi a indústria, registrando o seu segundo melhor resultado para o período da série do Caged, abaixo apenas do primeiro bimestre de 2004.

"Se a indústria de transformação continuar nesse ritmo, certamente ela vai puxar o crescimento do ano como ocorreu em 2004. No entanto, ainda é cedo para falar que isso é uma tendência", afirmou Marinho. Alguns setores que vinham com bom desempenho apresentaram redução no ritmo de geração de empregos, como a construção civil. Em janeiro, as empresas desse setor criaram 11,7 mil novos empregos e em fevereiro foram apenas 5,5 mil.

Marinho apontou o menor número de obras públicas sendo tocadas pelos governos (federal, estaduais e municipais) neste início de ano como uma das principais explicações para isso. "O ano passado era eleitoral e os governos anteciparam para o primeiro semestre a execução de suas obras para não esbarrar nas limitações da lei eleitoral e este ano isso não é necessário", comentou Marinho. Pela lei, em ano eleitoral, obras não podem ser licitadas três meses antes das eleições.

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