Queda-de-braço

Prossegue a queda-de-braço entre o governo e as agências reguladoras criadas com o escopo de fazer a interface entre as prerrogativas jurídicas do ente público e as obrigações das megaempresas resultantes da privatização de alguns serviços considerados de interesse público.

O presente mal-estar foi nutrido de forma recorrente, até atingir o ponto do não-retorno, pelas inúmeras demonstrações de incompetência técnica dos diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), presidida por Milton Zuanazzi, antigo secretário estadual de Turismo do governo Olívio Dutra (RS).

Versões não desmentidas pelos principais interessados dão conta que Zuanazzi chegou ao cargo por indicação da ministra Dilma Rousseff, também secretária de Olívio, da mesma forma que a diretora Denise Abreu – a senhora que fuma charutos em público -teria sua indicação referendada por José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República.

A discussão posta nesse momento, da qual o governo viu-se constrangido a participar como parte prejudicada, é sobre a irreversibilidade dos mandatos dos dirigentes das agências, aliás, numa concessão irrefletida do próprio governo que agora se esfalfa para encontrar uma saída para a confusão.

Como cabe ao Senado aprovar os nomes dos respectivos dirigentes, o governo trabalha pela adoção da fórmula pela qual a demissão dos mesmos, por incompetência técnica ou má gestão administrativa, seja exclusiva do Executivo com o aval da câmara alta. Nada como um dia depois do outro…

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