Pugliesi vai a Brasília defender obras para o Paraná

O secretário dos Transportes, Waldyr Pugliesi, estará hoje em Brasília, onde pretende finalizar os entendimentos com o ministro dos Transportes, Anderson Adauto, sobre as reivindicações do Paraná a serem inseridas no PPA (Plano Plurianual) do governo federal.

Segundo o secretário, pelo menos dez reuniões foram realizadas com o ministro ou com o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Keiji Kanashiro, para quem foram levadas as obras mais urgentes a serem executadas no Paraná e que são de competência da União.

Pugliesi recorda que, em julho, Curitiba foi sede do encontro regional em que foram discutidas as demandas do setor entre os Estados do Sul. Desta vez, serão feitas as discussões sobre as conclusões finais, de todas as regiões do país.

“Depois de exaustivos debates, inclusive com a participação da sociedade e fiéis aos compromissos do governador Roberto Requião, agora vamos apresentar as principais ações que solicitamos para o Paraná, que poderão ser incluídas no PPA, para o período entre 2004 e 2007”, informa o secretário.

Obras

Para o governo do Paraná, são consideradas prioridades diversas obras que atenderão as necessidades dos sistemas ferroviário, aeroportuário, portuário e rodoviário. “A intenção, com estas obras, é dotar o Paraná de infra-estrutura completa para atender as mais variadas regiões”, revela Pugliesi.

Além dos serviços de restauração das BRs 163 (Marechal Cândido Rondon-Guaíra), 116 (Curitiba-divisa entre Paraná e Santa Catarina), 153 (União da Vitória-divisa entre Paraná e Santa Catarina) e 153 (entre Ibaiti e a PR 092 Santo Antônio da Platina), Pugliesi deve reforçar a necessidade de efetivar a ligação asfáltica e a recuperação de trechos das rodovias BR 487, no trecho entre Campo Mourão e Cruzeiro do Oeste (Estrada da Boiadeira), da BR 476, entre Bocaiúva do Sul e Adrianópolis (Estrada do Ribeira) e da 153, a Transbrasiliana, entre Ventania Tibagi e Alto do Amparo.

“Estas estradas federais fazem parte dos 1.500 km de rodovias não pedagiadas e que são de competência da União”, acrescenta, assinalando que, ao todo, o Paraná tem 3.300 km de rodovias federais e que deste total, 1.800 km são estradas pedagiadas. “A situação de precariedade que encontramos em janeiro, quando assumimos a Secretaria, é o efeito “anel de desintegração? com o pedágio. Isto porque, para fugir das praças de pedágio, caminhoneiros usam rotas de fuga, cujos trechos estamos empenhados em recuperar, uma vez que não estavam preparados para receber grande fluxo de veículos de cargas”, observa.

Obras sugeridas pelo Paraná ao PPA

setor rodoviário

* BR 476 – Entre Tunas do Paraná e Adrianópolis (Estrada da Ribeira)

* BR 467 – Entre Cascavel e Toledo

* BR 487 – Entre Cruzeiro do Oeste e Guaritava (Estrada Boiadeira)

* BR 487 – Entre Icaraíma e Cruzeiro do Oeste (Estrada Boiadeira)

* BR 487 – Entre Ivaí e Três Bicos (Estrada Boiadeira)

* BRs 153 e 376 – Entre Alto do Amparo e Ventania

* BR 376 – Contorno de Mandaguari

* BR 158 – Entre Campo Mourão e Roncador

* BR 116 – Duplicação Ceasa, em Curitiba

* BR 476 – Entre Curitiba e Contenda

* BR 116 – Entre Colombo e Quatro Barras (Contorno Norte)

Setor Portuário

* Ampliação do cais oeste do Porto de Paranaguá

* Recuperação e aprofundamento do cais do Porto de Paranaguá

* Dragagem e aprofundamento do canal de acesso ao Porto de Paranaguá

* Construção de um silo horizontal

* Recuperação de vias de acesso aos terminais portuários

Setor Ferroviário

* Construção do ramal ferroviário entre Guarapuava e Ipiranga

* Construção do ramal ferroviário entre Cascavel e Guaíra

* Construção do ramal ferroviário entre Curitiba e Paranaguá

* Contorno ferroviário Oeste de Curitiba (Araucária e Rio Branco do Sul)

* Implantação do ramal ferroviário entre Cascavel e Foz do Iguaçu

Setor Aeroportuário

* Adequação da capacidade de movimentação de aeronaves e processamento de cargas do aeroporto Afonso Pena

* Construção do novo aeroporto regional Oeste do Paraná, em Cascavel

* Ampliação da pista de pousos de decolagens e da capacidade de processamento de cargas do aeroporto de Maringá

* Implantação do sistema ILS no aeroporto Afonso Pena

Estradas recuperadas até 2006

O diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), Rogério Tizzot, prometeu ontem recuperar quase a totalidade das estradas paranaenses até o fim de 2006. O objetivo do DER reduzir os 40% de rodovias consideradas em estado ruim, que existem hoje, para apenas 5%.

“Essa é uma cifra aceitável até nos países de primeiro mundo”, explicou. “O estado ruim pode existir, desde que aconteça em estradas de baixo tráfego e não em estradas movimentadas, como acontece hoje.”

Má conservação

Tizzot afirmou que a má conservação dos 10 mil quilômetros de rodovias paranaenses nos últimos oito anos serviu apenas para valorizar as estradas pedagiadas. Ele disse esperar que recursos da Contribuição sobre Intervenção de Domínio Econômico (Cide) possam ser utilizadas para recuperar manter estradas no Brasil.

“O custo operacional de um veículo numa estrada ruim é 46% maior que numa boa”, relatou.

Auditoria

Tizzot, que também é o presidente da comissão que faz auditoria nas concessionárias que administram as rodovias do Anel de Integração, destacou que os trabalhos já estão acontecendo nas concessionárias Rodonorte e Viapar. “As outras quatro nos pediram um prazo de cinco dias, que se espira na sexta-feira”, revelou.

Ele destacou que a intenção da comissão é até no fim do mês que vem definir o valor da indenização que seria paga às concessionárias em caso de encampação. “Para um melhor detalhamento dos dados, principalmente dos empréstimos feitos pelas concessionárias, trabalharemos até outubro”, disse.

Pedágio na Lapa

Uma portaria do Ministério dos Transportes anulou o aditivo à concessão feita à concessionária Caminhos do Paraná, que fez obras e pretendia cobrar pedágio num trecho de 43 km da Rodovia do Xisto (BR-476), entre Araucária e Lapa, e mais outro trecho da PR-427.

A concessionária informou que vai esperar manifestação do poder concedente para tomar uma posição, todavia manifestou perplexidade diante da anulação num ato unilateral. Segundo a Caminhos do Paraná foram gastos R$ 15 milhões para a recuperação inicial da estrada.

Sem licitação

“O aditivo ampliou o objeto de concessão sem realizar nova licitação ? daí a anulação”, explicou o diretor do DER. “As duas rodovias voltaram ser administradas por Estado e União, passando pela devida manutenção, já que a filosofia de governo em relação às estradas mudou com as novas administrações.”

Tizzot ressaltou que o Estado não pretende indenizar a concessionária. “As obras foram realizadas em cima de um ato nulo”, argumentou (Lawrence Manoel)

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