PTB aprova fusão com PAN para superar cláusula

A Convenção Nacional do PTB aprovou nesta quinta-feira (5) a fusão – uma incorporação, na prática – do Partido dos Aposentados da Nação (PAN) para conseguir ultrapassar a cláusula de barreira da Lei dos Partidos Políticos e garantir, assim, o direito à estrutura de liderança e cargos nas comissões do Congresso. A soma dos votos conquistados pelos dois partidos no último partido dá exatamente os 5% exigidos pela lei.

"Com isso o partido cumpre a cláusula de barreira e está pronto para este novo enfrentamento dos problemas nacionais, tanto na área social quanto na moral", afirmou o presidente da sigla, Roberto Jefferson, que deve ser confirmado nesta quinta-feira no cargo na reunião do Diretório Nacional.

No último domingo, o PTB elegeu 22 deputados, e o PAN, apenas um. O partido vai indicar nesta quinta-feira seus representantes para o Diretório Nacional. Os petebistas também negociavam a fusão com o PSC, que elegeu 9 deputados, mas as negociações empacaram por causa de uma polêmica sobre a troca de sigla.

Os líderes do PSC queriam incluir um "C" no final da sigla "PTB" mas a cúpula do partido não aceitou, achando que isso descaracterizaria a história do partido. A sigla do PTB já foi motivo de inúmeras disputas, como a da ex-deputada Ivete Vargas, filha de Getúlio, com o ex-governador Leonel Brizola.

O líder trabalhista, quando voltou do exílio, tentou ficar com a sigla do partido, mas quem levou a melhor foi Ivete. Embora o atual PTB não tenha mais vínculo político e ideológico com o velho trabalhismo, continua lucrando com a popularidade da sigla que só perde em antiguidade para a do PCB (Partido Comunista Brasileiro), de 1922.

"Para mudar o país, temos que ter a coragem, também, de promover corajosas mudanças em nossos rumos", repetiu Jefferson. Segundo ele, o partido deve aguardar o fim da disputa presidencial em segundo turno para decidir qual posição vai adotar em relação ao novo governo.

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