Protesto contra preço de combustíveis fecha fronteira com Bolívia

As duas pontes que ligam o Acre à cidade boliviana de Cobija estão fechadas desde a tarde de terça-feira (19). O fechamento é uma forma de protesto dos bolivianos contra um aumento de R$ 0,10 no preço dos combustíveis cobrado naquele país. A gasolina subiu de R$ 1,20 para R$ 1,30, menos da metade do valor pago em Brasiléia e Epitaciolândia, as duas cidades do Acre que tiveram suas pontes interditadas pelo protesto. A passagem pela fronteira só está sendo permitida para pedestres.

De acordo com informações do fiscal Robson Bouth Lourenço, da Delegacia de Receita Federal de Brasiléia, o aumento nos combustíveis foi imposto pela Petrobras depois que o governo boliviano suspendeu os subsídios pagos para a estatal brasileira.

A queixa principal dos bolivianos é em relação ao preço do diesel que está custando em torno de R$ 1,10, contra R$ 1,97 no lado brasileiro. Este combustível, além de abastecer boa parte da frota de veículos de Cobija, capital do Departamento de Pando e cidades vizinhas, é utilizado na geração de energia da usina termelétrica local.

Segundo Lourenço, além da conta de luz mais cara, os bolivianos temem perder a clientela brasileira que abastece seus veículos nos postos de Cobija pagando metade do preço. "É grande o contrabando de combustível de lá para cá", comentou o fiscal.

Conversando com um colega boliviano, Lourenço diz ter sido informado que a revolta também se deve ao desaparecimento de uma grande quantidade de óleo de um reservatório daquela cidade.

Enquanto as pontes estão fechadas, centenas de caminhões começam a formar uma fila nos dois lados da fronteira, entre os quais cargas de produtos perecíveis e combustíveis, pivô da discórdia.

Lourenço informou que o prejuízo deste protesto será maior para os bolivianos, pois os brasileiros são os principais consumidores da sua zona franca. Com o feriado de 21 de abril, muitos acreanos podem deixar de ir até a cidade para comprar eletrônicos e bebidas importadas.

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